ATA DA TRIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 17-5-2007.

 


Aos dezessete dias do mês de maio do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D'Avila e Newton Braga Rosa. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Elias Vidal, o Projeto de Lei do Legislativo no 065/07 (Processo nº 1947/07); pela Vereadora Margarete Moraes, o Projeto de Resolução no 046/07 (Processo nº 2156/07). Também, foi apregoado o Memorando nº 056/07, de autoria da Vereadora Maria Luiza, por meio do qual Sua Excelência comunica seu afastamento no dia quinze de maio do corrente, a fim de integrar a Comitiva Gaúcha em audiência com o Ministro da Cultura, em Brasília – DF. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 284, 4044, 5580 e 5582/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, deixaram de ser votadas as Atas da Sétima Sessão Solene e das Vigésima Oitava, Vigésima Nona e Trigésima Sessões Ordinárias. Em continuidade, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Paulo de Tarso Dresch da Silveira, Assessor Jurídico do Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul, que criticou a Proposta de Emenda Constitucional nº 12/06, que altera o regime de pagamento de precatórios pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Nesse sentido, alegou que os aposentados e pensionistas teriam desvantagens em relação às grandes empresas, no recebimento dos valores devidos. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Nereu D'Avila, Adeli Sell, e José Ismael Heinen e Bernardino Vendruscolo manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. A seguir, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo a Senhora Presidenta informado que, durante esse período, seriam realizadas homenagens ao Museu Militar do Comando Militar do Sul e à Orquestra de Flautas da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa-Lobos. Compuseram a Mesa, para a homenagem ao Museu Militar do Comando Militar do Sul: a Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, o Capitão Ricardo Riomei Fukumoto, representante do Comando Militar do Sul; a Tenente Noris Mara Pacheco, Diretora do Museu Militar; a Senhora Mônica Leal, Secretária Estadual da Cultura, representando a Senhora Governadora do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor José do Nascimento Júnior, Diretor do Departamento de Museus do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura; a Senhora Miriam Aloísio Avruch, representante da Secretaria Municipal da Cultura; e a Senhora Simone Flores Monteiro, Coordenadora do Sistema Estadual de Museus. Ainda, a Senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, dos Coronéis Irani Siqueira e Marcelo Cantagallo, representando o Comando Militar do Sul; do General de Reserva Egeo Correa de Oliveira Freitas; do ex-Vereador Pedro Américo Leal; das Senhoras Vanessa Sclaer, representando o Memorial do Ministério Público, e Magali Fabris, representando o Museu da Brigada Militar; Oficiais e Praças integrantes do Museu Militar do Sul. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Newton Braga Rosa referiu-se ao Dia Internacional do Museu, que será comemorado amanhã, relembrando a trajetória do Museu Militar do Comando Militar do Sul e destacando o valor cultural e arquitetônico do prédio em que se localiza essa instituição. Nesse contexto, enfatizou a importância do patrimônio histórico e frisou que esse Museu recebe doações de artigos para composição de seu acervo, com o objetivo de promover a interação entre o Exército e outros setores da sociedade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen parabenizou o Museu Militar do Comando Militar do Sul, descrevendo a riqueza de suas galerias e elogiando a sala temática destinada a prestigiar os soldados brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Igualmente, destacou a significância do acervo desse Museu, avaliando que o mesmo funciona de acordo com parâmetros atualizados de interação com a comunidade e enfatizando o trabalho educativo ali desenvolvido por meio do curso de Introdução à Museologia. Na ocasião, a Senhora Presidenta concedeu a palavra à Tenente Noris Mara Pacheco, que, em nome do Museu Militar do Comando Militar do Sul, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e dez minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quatorze minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Comassetto, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo a Senhora Presidenta declarado empossado na vereança o Suplente Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Gerson Almeida em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Carlos Comassetto. Após, a Senhora Presidenta registrou o transcurso do aniversário, hoje, do Vereador Elói Guimarães, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Compuseram a Mesa, para a homenagem à Orquestra de Flautas da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa Lobos: a Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, as Senhoras Gisele Raugust e Cecília Silveira, respectivamente Vice-Diretora e Coordenadora e Regente da Orquestra de Flautas da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa Lobos. Anda, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, de alunos e ex-alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa Lobos. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Maristela Maffei, defendendo o acesso universal à cultura, mencionou a relevância da homenagem ora prestada por este Legislativo à Orquestra de Flautas da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa Lobos. Ainda, cumprimentou a Senhora Cecília Silveira, regente dessa Orquestra, frisando que o projeto musical desenvolvido nessa Escola promove a integração e a igualdade sociais entre seus alunos. Em continuidade, a Senhora Presidenta concedeu a palavra à Senhora Cecília Silveira, que, em nome da Orquestra de Flautas da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa Lobos, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e dois minutos, constatada a existência de quórum. Após, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca da regimentalidade da homenagem hoje prestada em Grande Expediente à Orquestra de Flautas da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa Lobos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elias Vidal informou ter protocolado comunicado oficial de sua desfiliação do Partido da República, esclarecendo os motivos que o levaram a decidir pela saída dessa legenda. Da mesma forma, historiou sua trajetória como representante da comunidade porto-alegrense, afirmando que suas opções político-partidárias foram embasadas na busca da experiência e do conhecimento que lhe permitissem a devida qualificação de sua atividade parlamentar. O Vereador Haroldo de Souza sugeriu medidas para garantir o cumprimento do Regimento desta Casa e discorreu sobre a votação, ontem, do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/06, que estabelece condições para o acesso de moradores, em áreas não-regularizadas, aos serviços de abastecimento de água e destinação do esgoto cloacal. Ainda, avaliou o sistema prisional brasileiro, enfatizando a importância de se viabilizar aos ex-detentos condições de recuperação e reintegração social. O Vereador João Carlos Nedel teceu considerações acerca da visita ao Brasil efetuada no corrente mês pelo Papa Bento XVI, ocasião em que Sua Santidade participou da solenidade de abertura da 5º Conferência Episcopal Latino-Americana e Caribenha e canonizou o beato brasileiro Antônio de Sant'Anna Galvão, conhecido como Frei Galvão. Também, divulgou o I Fórum da Igreja Católica no Rio Grande do Sul, programado para o período de vinte a vinte e três de setembro do corrente, em Porto Alegre. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 118/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que o Vereador Newton Braga Rosa se encontra representando externamente este Legislativo, no debate “O Momento Atual da Engenharia Brasileira: Uma Visão Gaúcha”, na Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, a partir das dezesseis horas de hoje. Também, foi apregoado Comunicado de autoria do Vereador Elias Vidal, por meio do qual Sua Excelência informa que a partir do dia dezesseis de maio do corrente se desfiliou do Partido da República, ficando sem agremiação partidária. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Margarete Moraes considerou precárias as condições atualmente apresentadas pelo Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo, afirmando que o local não tem recebido, por parte do Governo Municipal, a manutenção devida e o integral aproveitamento de suas possibilidades. Além disso, apresentou dados atinentes a projetos desenvolvidos nesse espaço cultural no período em que Sua Excelência exercia o cargo de Secretária Municipal da Cultura. O Vereador Mario Fraga elogiou a gestão realizada pelo Senhor Enio Bacci quando à frente da Secretaria Estadual da Segurança Pública, apoiando medidas de combate à violência e criminalidade então propostas pelo ex-Secretário, em especial no referente à implantação de barreiras de fiscalização em áreas das Zonas Leste e Norte de Porto Alegre. Ainda, mencionou Projetos de Lei aprovados por este Legislativo, de proibição da venda de cigarros e bebidas alcoólicas a menores de idade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib registrou o transcurso, hoje, do décimo sétimo aniversário de vigência, na integralidade, da Lei Orgânica de Porto Alegre. Sobre o assunto, enfocou o artigo 100 dessa legislação, que institui a Tribuna Popular nas Sessões Plenárias da Câmara Municipal, bem como na Praça Montevidéu, no largo fronteiro à Prefeitura Municipal, declarando que a Tribuna Popular se tornará mais eficaz se seu uso for restrito neste Legislativo a duas Sessões ao mês. O Vereador Nilo Santos prestou esclarecimentos acerca de evento realizado por funcionários da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre – PROCEMPA – em comemoração ao transcurso do Dia das Mães, argumentando que não foram utilizados recursos públicos para a realização dessa festa. Nesse sentido, solicitou que denúncias relativas a atividades ilícitas sejam averiguadas antes de serem tornadas públicas. O Vereador Mario Fraga cobrou medidas da Brigada Militar, no sentido de coibir a criminalidade dos parques da Cidade, mencionando transtornos causados pelo uso de drogas nesses locais e propugnando pela designação de viatura para auxiliar na segurança do Parque Marinha do Brasil. Ainda, protestou contra o fato de o Deputado Federal Enio Bacci ter sido impedido de comparecer à Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul para prestar esclarecimentos sobre seu mandato na Secretaria Estadual da Segurança Pública. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 024/07 e 239/06, este discutido pela Vereadora Neuza Canabarro; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 057/07, discutido pela Vereadora Margarete Moraes, e 066/07, discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Margarete Moraes e Claudio Sebenelo; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 028/07, discutido pela Vereadora Neuza Canabarro, 043/07, discutido pela Vereadora Neuza Canabarro e pelo Vereador José Ismael Heinen, e 056/07, discutido pelo Vereador José Ismael Heinen, o Projeto de Resolução nº 044/07; em 5ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 040/07. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell contestou as ações do Governo Estadual, reportando-se ao índice de roubos e furtos de veículos em Porto Alegre e salientando problemas causados pela paralisação das obras de ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia. Além disso, questionou o Governo Municipal quanto à realização de comemoração nas dependências da PROCEMPA e aos serviços públicos de saúde disponibilizados à população da Cidade. A Vereadora Maristela Maffei discorreu acerca da importância, para os porto-alegrenses, da realização de ações conjuntas entre os Governos Municipal e Estadual na área de segurança, defendendo a melhoria da iluminação pública e o aumento do policiamento ostensivo como formas de atingir esse objetivo. Nesse contexto, frisou a relevância de que as comunidades se organizem em associações coesas e representativas para auxiliar e cobrar avanços nessa área. A Vereadora Clênia Maranhão asseverou que as presenças do Prefeito Municipal José Fogaça nas reuniões regionais do Programa de Orçamento Participativo são um compromisso assumido durante a campanha eleitoral e comemorou o aumento do número de pessoas presentes nas reuniões desse Programa. Ainda, refletiu sobre a existência de legislações homofóbicas em diversos países do mundo, sustentando que a divulgação de dados sobre esse tema é relevante na reversão desse quadro. O Vereador Luiz Braz registrou a conclusão dos processos licitatórios para construção do Centro Popular de Compras e para reforma do Auditório Araújo Vianna, considerando as empresas vencedoras dessas concorrências capacitadas para executarem as obras necessárias e enfocando os benefícios que a Cidade terá com a realização desses empreendimentos. Em relação ao assunto, historiou problemas estruturais que levaram à interdição, por falta de segurança, do Auditório Araújo Vianna. O Vereador Sebastião Melo discutiu problemas causados pela deposição irregular de entulhos em Porto Alegre, mencionando reunião sobre o assunto realizada pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, e enfatizando que esse tema deve ser tratado urgentemente na Cidade. Também, reportou-se ao início das obras de construção do Barra Shopping Sul, no Bairro Cristal, salientando as melhorias que esse empreendimento trará para a região e seu entorno. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal, formulado pela Vereadora Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme definido em reunião da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 094/05, com ressalva da Emenda a ele aposta, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Adeli Sell e pela Vereadora Maristela Maffei. Foi aprovada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 094/05. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 259/06, por vinte e sete votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Nilo Santos, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 429/03, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Haroldo de Souza. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Projetos de Resolução nos 001, 002, 004, 007, 019, 020 e 025/07. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 026/06, com ressalva da Emenda a ele aposta, por vinte e um votos SIM, oito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Luiz Braz, Sebastião Melo, Elói Guimarães e José Ismael Heinen, em votação nominal solicitada pelo Vereador Aldacir Oliboni, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Sebastião Melo e Valdir Caetano, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Guilherme Barbosa, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção o Vereador Luiz Braz. Foi rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/06, por seis votos SIM e dezenove votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Marcelo Danéris, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Sebastião Melo. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, do Deputado Estadual Adroaldo Loureiro. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 006/05, discutido pelo Vereador Sebastião Melo e pela Vereadora Sofia Cavedon. Ainda, a Senhora Presidenta convidou os Senhores Vereadores para reunião relativa ao processo de revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, a ser realizada às dez horas de amanhã nesta Casa e para ato contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, a ser realizado amanhã, no Complexo Cultural do Porto Seco. Às dezoito horas e vinte e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Neuza Canabarro e secretariados pelo Vereador Alceu Brasinha e pela Vereadora Margarete Moraes, esta como Secretária “ad hoc”. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Paulo de Tarso Dresch da Silveira, representando o Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul - Sinapers -, está com a palavra para tratar de assunto relativo à PEC 12, que trata sobre os precatórios, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. PAULO DE TARSO DRESCH DA SILVEIRA: Excelentíssima Srª Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, Excelentíssimos Vereadores de Porto Alegre, minhas senhoras e meus senhores e, em especial, as pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul que se encontram nesta Casa e que trazem, hoje, 177 metros de mantas que começaram a ser tricotadas no início do ano passado. Muitos dos Srs. Vereadores podem estar se questionando do porquê das mantas e do porquê dos 177 metros já tricotados. Estas mantas possuem como simbolismo o desespero dos precatoristas do Estado do Rio Grande do Sul, que desde 1999 (Palmas.) aguardam o pagamento dos precatórios que, quando do início do Governo Germano Rigotto, somavam 3 bilhões de reais e que, hoje, no final do Governo Germano Rigotto, somam 5 bilhões de reais. E estas mantas também expressam outra questão: expressam o repúdio e a tentativa de se alertar não só a sociedade porto-alegrense, mas também a sociedade gaúcha e brasileira em relação a um dos maiores golpes que está para ser institucionalizado na Constituição brasileira pelo Governo Federal, é a chamada PEC 12 - Proposta de Emenda Constitucional nº 12 -, que institucionaliza o leilão das sentenças judiciais.

Por que leilão das sentenças judiciais, Srs. Vereadores? Porque, a partir da aprovação do que consta nessa proposta do Senador Renan Calheiros - proposta que, a passos largos, está tramitando no Senado Federal -, só receberão os precatórios os credores que derem deságio ao Poder Público, mas um deságio a partir de uma competição com outros credores; ou seja, vai se ignorar o tempo de espera, e vai se levar em consideração apenas o valor do deságio dado. E aí se pergunta: que condições terão as pensionistas de negociarem, por exemplo, com uma empresa de grande porte que aguarda o pagamento do seu precatório há um ano? E elas já aguardam o pagamento há quase dez anos! Pois bem, pela proposta que tramita no Senado Federal, receberá, em primeiro lugar, aquele que der um deságio maior ao Poder Público. E quem não aceitar negociar ou for petulante de dar apenas um deságio pequeno ficará na fila de espera aguardando o recebimento dos valores.

O que essa PEC tem em relação ao Município de Porto Alegre? E aí está a importância desta presença na tarde de hoje em Tribuna Popular. É que a PEC não se refere apenas à União e aos seus créditos; a PEC inclui também credores de precatórios dos Estados e dos Municípios, em que, obviamente, está incluído o Município de Porto Alegre. Isso explica por que o Município de Porto Alegre, reiteradamente, vem atrasando o pagamento dos precatórios, que até bem pouco tempo se mantinham como um exemplo para o País; precatórios que eram pagos em dia e que sinalizavam ao País que pagar precatórios é, acima de tudo, uma vontade política.

E eu trago um exemplo aos Srs. Vereadores: Município do Rio de Janeiro. O Prefeito César Maia assumiu a Prefeitura com 3 bilhões de reais de precatórios atrasados. Em campanha, assumiu que pagaria até o último dia de Governo todos os precatórios. Realidade do Prefeito César Maia em maio de 2007: todos os precatórios do Município do Rio de Janeiro se encontram pagos. E a dívida que ele tinha era uma dívida idêntica à que Germano Rigotto tinha quando assumiu o Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Problemática maior, Srs. Vereadores, vai ocorrer em relação à União, porque, aprovada essa PEC, estará institucionalizada a Reforma Agrária mais barata do mundo, por quê? Porque a União não deve um centavo sequer em relação a precatórios, está rigorosamente em dia. A União se incluiu nessa PEC que surgiu, na sua origem, como uma forma de aliviar dívidas de Municípios e Estados, e essa é a problemática que existe hoje. Por que o Governo Federal se empenha tanto na aprovação dessa PEC? Porque a partir dela, a União poderá, na verdade, parar os pagamentos na ordem cronológica e passará a negociar também através de leilões. Então, em relação a uma desapropriação que levou 15 anos para se encerrar e que tem apurado um valor “x”, o proprietário só receberá se negociar com o Poder Público; se não negociar, irá aguardar, em ordem cronológica, o recebimento do seu valor. Ou seja, é um esvaziamento da tripartição de Poderes que alicerçam esta República, sentença judicial sem efetividade, não tem valor algum. O Poder Judiciário, após a aprovação da PEC 12, passa a ser subpoder desta República. Por quê? Porque o Executivo terá a possibilidade de negociar o conteúdo das sentenças. E pior: a PEC autoriza que se mexam no conteúdo das sentenças, permitindo a retirada de juros compensatórios pela demora, ou seja, ou se aceita o deságio, ou se dá abatimento ao Poder Público, ou, senão, que amargue uma, duas ou três décadas para o recebimento dos valores.

Srª Presidenta, o Sindicato de Servidores Aposentados e Pensionistas do Estado Rio Grande do Sul no ano passado iniciou uma cruzada que, naquele momento, era uma cruzada silenciosa, mas felizmente hoje ela já começa a ecoar pelo resto do País, tanto que no final do ano passado o Senador Antônio Carlos Magalhães foi convidado para participar dos debates na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, para demonstrar que é a partir dos movimentos que começam exatamente o resgate e a busca da cidadania, e que o Poder Público tem que combater esse atos, no sentido do esvaziamento do conteúdo das sentenças judiciais. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Convido o Sr. Paulo de Tarso Dresch da Silveira para compor a Mesa.

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Srª Presidenta; Dr. Paulo de Tarso Dresch da Silveira, é muita satisfação para nós ouvi-lo. Em nome da Bancada do PDT, quero manifestar a nossa solidariedade às suas palavras. Teria a acrescentar duas coisas: a primeira, de ordem técnico-legislativa. É uma Proposta de Emenda Constitucional que, para ser aprovada, tem que passar pelas duas Casas do Congresso com quórum especial, ou seja, tem de ter dois terços em cada Casa. Não é tão fácil; qualquer Emenda Constitucional tem dificuldades. Aqui mesmo, nesta Casa, uma Emenda à Lei Orgânica tem que ter duas votações também com dois terços.

Eu diria, no primeiro enfoque que quero dar, que cabe a nós - e V. Sa. pode contar pelo menos com a Bancada do PDT - falar com os nossos Deputados Federais, porque essa votação será lá e terá a presença dos Deputados Federais e Senadores. Este é o primeiro passo: se todas as Bancadas falarem com seus Deputados, vamos ter mais de 30 Deputados Federais e três Senadores. Mas acho que isso não basta. Eu daria também a idéia - se acolhida por V. Sa., também pode endereçar à Presidenta da Casa, a nobre Verª Maria Celeste - de fazermos uma Moção aos próprios Poderes, ao Sr. Renan Calheiros, Presidente do Senado; ao Sr. Arlindo Chinaglia, Presidente da Câmara, dizendo do nosso protesto, da nossa não-concordância com essa PEC.

Realmente, por um lado, a PEC trará a negociação do deságio, mas, por outro lado, ensejará quem tem mais poder. Evidentemente, os que estão aqui têm pouco poder de barganha e, portanto, seriam, sim, prejudicados, como muito bem destacou Vossa Senhoria. Nesse ponto, eu desejo que a Câmara, como instituição, possa auxiliar na proposta trazida por Vossa Senhoria. Muito obrigado. Um grande abraço.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL: Cara Presidenta, meu caro Dr. Paulo de Tarso, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores - da Presidenta Maria Celeste, da Verª Margarete Moraes e do Ver. Guilherme Barbosa, Vereadores aqui presentes -, quero me solidarizar com a preocupação da Entidade e das pensionistas aqui presentes, porque achamos de fundamental importância que os Governos, em todas as instâncias governamentais, enfrentem efetivamente essa questão, inclusive sob o ponto de vista de resultado econômico e social. Não há justificativa para não fazer o pagamento de precatórios, porque, assim que esse pagamento for feito, esse dinheiro retornará à sociedade, às vezes inclusive em divisão nas famílias, na compra de bens e serviços, em que 40% retornarão através dos tributos que são cobrados. Portanto é uma visão que, parece-me, precisa ser repassada aos gestores públicos, por isso o nosso empenho, a nossa solidariedade em batalhar junto no sentido de reverter esse quadro doloroso por que passam tantas e tantas famílias. Elas têm esse direito garantido constitucionalmente; no entanto, por causa de manobras, não conseguimos resolver tão grave problema.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta desta Casa, Verª Maria Celeste; nobre Sr. Paulo de Tarso Dresch da Silveira, Assessor Jurídico do Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul, é realmente estarrecedor. Essa PEC 12 deveria ser no sentido inverso da contramão da história. Teria que ter uma PEC, isso sim, para pagar as dívidas do Estado para com o povo brasileiro, e não uma PEC que nada mais é do que novamente um calote em cima do povo brasileiro. É uma sanha arrecadatória de mais impostos, de brincar com o direito dos cidadãos brasileiros. Com o Democratas V. Sa. sabe que pode contar - o exemplo está no nosso Prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, que zerou as PECs, ele nada mais fez do que cumprir com seu dever de cidadão brasileiro. Isso é que temos que levar ao Congresso Nacional, sanarmos essa chaga. Imagine se fosse o contrário, se nós estivéssemos devendo para o Estado... Com certeza, teriam-nos cobrado de uma forma ou de outra, e o Estado não cumpre com as suas obrigações. Eu acho que essa PEC 12 tem que ser riscada, para que a história brasileira consiga rever os direitos dos seus cidadãos. Parabéns por esta atitude, e contem com os Democratas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Paulo de Tarso Dresch da Silveira, Assessor Jurídico do Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul, falo em nome da Bancada do PMDB, composta pelo Ver. Sebastião Melo, Ver. Haroldo de Souza e Ver. Dr. Raul. Queremos nos somar a essa luta.

Eu não posso perder a oportunidade de fazer um apelo referente a um Projeto que tramita nesta Casa, sobre o qual hoje estou convencido de que deveria, quando o propus, ter convidado os demais Vereadores, para ter a certeza da sua aprovação. Mas ainda espero que o consiga, porque alguns assuntos nesta Casa ainda não estão pacificados, como a capacidade do Vereador de legislar sobre tributos.

Em relação a esse Projeto de nossa autoria, eu faço questão de fazer a leitura do que diz a Lei Orgânica do Município, a Constituição e o Código Tributário Nacional. Nós pretendemos, com o Projeto, que seja permitida a compensação tributária. O art. 170 do Código Tributário Nacional diz o seguinte: (Lê.): “A Lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública”. E a Carta Magna diz da competência plena de o Vereador legislar em matéria tributária, refiro-me ao art. 30, incisos I e III. No mesmo sentido, a Lei Orgânica do Município, art. 56, inciso I, diz: (Lê.): “Os assuntos da competência do Município sob as quais cabe à Câmara Municipal dispor, com a sanção do Prefeito, são especialmente: I - sistema tributário...”.

Nós precisamos, como disseram os colegas que me antecederam, ousar. Nós precisamos desafiar aquilo que está posto dentro da legalidade, e os Vereadores desta Casa, temos certeza, haverão de refletir e votar matéria tributária, como já votaram, porque, no meu entender, nós somos competentes. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não havendo mais nenhuma Bancada inscrita para manifestação desta matéria, colocamos a Câmara Municipal, como instituição, à inteira disposição do Sr. Paulo de Tarso e do Sindicato, para que possamos, a partir do encaminhamento do Ver. Nereu D’Avila, discutir junto ao Congresso as questões pertinentes à PEC 12. Muito obrigada pela presença do senhor e das senhoras, que têm sido bastante pacientes no tricô, tricotando esta manta, que é uma simbologia muito importante na questão da demora da resolução desse problema. Boa luta para todas vocês!

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Hoje este período é destinado a duas homenagens. A primeira delas é de autoria do Ver. Ver. Newton Braga Rosa, que utilizará o tempo cedido pelo Ver. Alceu Brasinha. Trata-se de uma homenagem ao Museu Militar, Requerimento já aprovado por esta Casa.

Convidamos para compor a Mesa o  , representando o Comando Militar do Sul; Tenente Noris Mara Pacheco Martins Leal, Diretora do Museu Militar; Srª Mônica Leal, Secretária Estadual da Cultura, neste ato representando S. Exª a Governadora do Estado; Sr. José Nascimento Júnior, Diretor do Departamento de Museus do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura; Srª Miriam Aloísio Avruch, representando a Secretaria Municipal da Cultura; Srª Simone Flores Monteiro, Coordenadora do Sistema Estadual de Museus. Prestigiam esta homenagem o Sr. Egeo Correa de Oliveira Freitas, General da Reserva; o Coronel Pedro Américo Leal, ex-Vereador desta Casa; o Coronel Irani Siqueira e o Coronel Marcelo Cantagallo, Assessores Parlamentares do Comando Militar do Sul; Srª Vanessa Sclaer, representante do Memorial do Ministério Público; Oficiais e Praças integrantes do Museu Militar do Sul. Cito também a presença da Srª Magali Fabris, Relações Públicas, representando a chefia do Museu da Brigada Militar. Obrigada pela presença de todos os senhores e as senhoras nesta homenagem.

O Ver. Newton Braga Rosa, proponente desta homenagem, está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srª Presidenta e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós estamos no mês de maio, sendo o dia 18 de maio o Dia Internacional do Museu. Aqui no Estado do Rio Grande do Sul existe um Decreto do Governo Estadual estimulando a visitação e o intercâmbio entre os nossos museus. Os museus evoluíram, deixaram de ser depósitos de objetos para ser equipamentos de inserção sócio-cultural do cidadão. A Dra. Miriam me dizia que, mais do que isso, o museu também tem por objetivo estimular a auto-estima dos nossos jovens, pela sua identificação com o passado histórico. Estamos vivendo uma era um pouco diferente dos museus, são os museus da descoberta, em que o processo interativo se dá dentro das instalações do museu. Nós temos alguns exemplos aqui no Estado do Rio Grande do Sul, o Tecnopuc, que é um museu de experimentação abrangendo a área da física, da química, da biologia, mostrando a nova face do museu nos dias atuais.

Particularmente, o nosso homenageado - e a razão deste evento, que é o Museu Militar do Comando Militar do Sul - foi criado em maio de 1999 com a intenção de recolher, preservar, conservar e expor objetos referentes não só à história do Exército Brasileiro, mas à própria Nação. Curiosamente, talvez o item mais importante - ou um dos mais importantes do acervo - é o próprio prédio onde está instalado o Museu Militar. É um prédio histórico na Rua dos Andradas, no corredor turístico e cultural de Porto Alegre, em frente à Igreja das Dores. Seu estilo é neoclássico, tem boas dimensões, são 2.800 metros quadrados, e uma curiosidade: as paredes têm mais de um metro de largura. Pelo lado externo, nós temos oportunidade de ver grades decorativas usadas na abertura. O prédio foi concluído em 1867, numa realização do então Presidente, Comandante das Armas da Província, o Conde de Boa Vista. A construção foi, originalmente, inaugurada para abrigar o arsenal de Guerra da Província, de onde partiram soldados brasileiros para combater, inclusive, na Guerra do Paraguai.

Chamou-me a atenção, fazendo a pesquisa para este pronunciamento, uma função social importante: o Museu tinha a função de manter a Companhia dos Menores Aprendizes, a qual recebia menores abandonados que circundavam em volta da Santa Casa, menores sem condições financeiras. Esses meninos eram convertidos em aprendizes, desenvolviam habilidades e recebiam alojamento, uniforme, instrução e uma formação básica profissional.

O acervo do Museu é constituído de quatro mil peças, divididas em uniformes, fotografias, medalhas. E na certeza de que a função do Museu é muito mais do que recolher e preservar peças do acervo histórico, o Museu vem, cada vez mais, diversificando as suas atividades. A história da Força Expedicionária Brasileira que lutou na Europa na 2ª Guerra Mundial está presente no nosso Museu na forma de objetos pessoais, objetos de combate, uniformes, documentários, mostrando o desempenho bravo de todos os nossos pracinhas em terras distantes.

Para encerrar, eu gostaria de lembrar que o Museu recebe doações de acervos, objetivando dinamizar e promover a interação entre o Exército e a sociedade, inclusive através da Associação dos Amigos, sem esquecer um ditado que faz parte das casernas: “O Exército é o braço forte que estende a mão amiga aos cidadãos necessitados”. E me foram lembradas, agora, duas obras importantes realizadas pelo Exército Brasileiro no Estado do Rio Grande do Sul, no Litoral Norte, onde o 3º Batalhão, sediado em Cachoeira, foi chamado a construir pontes e resolver problemas decorrentes das enxurradas ocorridas recentemente, em janeiro deste ano.

Um outro papel social importante do Exército que não pode ser esquecido é a oportunidade democrática dada a jovens de todas as classes sociais, jovens que ao longo de um ano têm a oportunidade de conviver, de sair de uma situação, muitas vezes, de alto risco, têm oportunidade de receber um treinamento militar, mas, mais importante do que isso, eles têm a oportunidade de um primeiro contato com uma formação de mão-de-obra especializada. O Exército, nesse período de um ano, dá uma formação básica de torneiro mecânico, eletricista, soldador, operadores de máquinas, operários especializados para a construção civil, informática, etc.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Newton, sem interromper a brilhante manifestação de V. Exª, nós queremos também, em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, nos somar a esta significativa homenagem que se faz aos museus, em especial ao Museu do Exército Brasileiro, o Exército de Caxias, que tem claro que povo sem história é povo sem memória. E os museus, exatamente, recolhem esses instrumentos vivos da história e, por assim dizer, oportunizam para que as gerações futuras tenham conhecimento, exatamente, da história, dos fatos que marcaram o Exército e a República. Agradeço a Vossa Excelência.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Quando estava preparando esse discurso, eu lembrei da formação que o Exército propicia. Por exemplo, o escritor Ernest Hemingway conheceu a Europa, norte-americano que era, durante a 1ª Guerra Mundial, na condição de motorista de ambulância. É desnecessário dizer que ele foi tocado pela cultura européia e voltou, três anos mais tarde, para morar em Paris, com a sua esposa, onde fez uma obra literária que se perpetua e resiste ao tempo.

Gostaria de encerrar, aproveitando a manifestação do Ver. Elói Guimarães, dizendo que um povo sem história é um povo sem memória. Muito obrigado a todos, espero, em nome da Bancada, ter representando à altura esta Casa nesta homenagem prestada ao Museu do Exército Brasileiro aqui no Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Da mesma forma quero cumprimentar, carinhosamente, uma pessoa muito querida, que tem muito a ver com origem desse Museu, que é a Srª Liane Frota, esposa do nosso saudoso, queridíssimo amigo General João Carlos Frota, meu Comandante da 3a Região Militar. Da mesma forma quero cumprimentar S. Exa. o General Egeo Freitas, o Coronel Siqueira, o Coronel Cantagallo, o Coronel Estigarríbia, nosso grande artista plástico, pintor das nossas epopéias. E quero parabenizar também o promotor desta brilhante iniciativa, que homenageia o Museu Militar do Comando Militar do Sul, o nobre colega Ver. Newton Braga Rosa.

Sabemos todos que os museus são instituições fundamentais na preservação da história de uma Nação, é o passado transformado em memória viva, garantindo a conservação do patrimônio da humanidade às futuras gerações. Visitar esse jovem Museu Militar, que foi criado apenas há oito anos, significa entrar no túnel do tempo e reviver as glórias do nosso Exército e do aguerrido soldado da nossa Região Sul. Como já foi referido, são cerca de 4 a 5 mil peças de acervo utilizadas pelo Exército Brasileiro desde o período colonial, durante a ocupação do território sul-brasileiro, até os dias atuais. Cada sala temática é uma página da nossa história que se abre para testemunhar, através de carros de combate, viaturas, canhões, uniformes, armamentos, condecorações e documentos, as conquistas e vitórias do nosso Exército ao longo de séculos de história. Cada peça, tenho certeza, conta uma façanha, conta uma história, são missões que estarão eternamente registradas nos Anais deste “braço forte”, que tanto orgulha o nosso povo brasileiro. É emocionante entrar na sala de exposições, emocionante principalmente para nós, Coronel Pedro Américo Leal, porque a nós toca muito mais. Há sala especialmente montada para homenagear nossos “pracinhas”, com murais, fotos, equipamentos, pertences pessoais doados por ex-combatentes fazendo parte do acervo da FEB. Cada objeto está impregnado de história e retrata a heróica participação desses soldados, relembrando, entre outros fatos, a mais sangrenta vitória dessa Força na batalha de Montese. Retroagindo no tempo, na galeria dos canhões, podemos nos transportar para o ano de 1620 e vislumbrar um canhão holandês fundido em bronze, ou um raríssimo foguete da campanha da Tríplice Aliança. No acervo de armas, encontram-se peças raras como revólveres Nagant e os fuzis Mannlicher, utilizados durante a campanha de Canudos.

O conceito moderno de museu, cada vez mais, se distancia da mera visão contemplativa. Sua missão atual é interagir com a comunidade, ser uma fonte de pesquisa, informação, construção de conhecimento e educação, estabelecendo um diálogo constante com seus visitantes. A missão do Museu Militar já está inserida nesse novo enfoque, pois vai além da preservação de seu acervo como mero espaço estático para contemplação; propõe uma permanente integração e interação com a comunidade. O Museu recebe, em média, cinco mil visitas mensais e mantém constante diálogo com seus visitantes, que recebem toda a orientação de guias especializados, numa verdadeira aula de civismo.

O trabalho educativo também é desenvolvido nas exposições temporárias, como no Projeto “O Museu vai à Escola” e a realização do curso “Introdução à Museologia - Auxiliar de Museu”, dentro do Projeto “Soldado Cidadão”. Esse Projeto busca formar agentes propagadores da importância do Museu como espaço cultural e registro da história.

Aos meus amigos, se me permitir a Presidente, para encerrar estas breves palavras, eu gostaria de fazer uma referência de uma visita que fiz, uma foto que serviu como uma ambientação cenográfica para inspirar a Sala do Infante, organizada pelo Museu Militar, que tão bem, tenho certeza, há de retratar as nossas memórias e a magia de se ter um museu e poder visitá-lo. A imagem que me vem dispensa palavras: é a patrulha do Sargento Max Wolff em ação na 2ª Guerra Mundial, numa missão da FEB. Com metralhadoras Thompsons em riste, os soldados estão com expressões de alerta e determinação, posições destemidas, prontas para a ação, o olhar atento e corajoso. Mas o primeiro impacto de visualização é a imagem central do Sargento Wolff à frente dos infantes. Em posição de liderança, como guardião destemido de sua tropa, demonstra a bravura, o heroísmo, o amor à Pátria acima de sua própria vida. Em seu uniforme nenhuma divisa da graduação; apenas a “cobra fumando”, símbolo do orgulho de nossos combatentes. Talvez seja essa a última imagem viva desse meu irmão de farda e muitos de seus comandados, mas o sentimento cívico e arrebatador expresso em seus semblantes vão eternizar-se naquele painel, lembrando a todos que o contemplarem a responsabilidade que temos de honrar os ideais desses heróis anônimos que sacrificaram as suas vidas para garantir a democracia, a liberdade e a soberania de nossa Pátria. É apenas um painel, mas isso faz parte do nosso Museu! Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

 A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Tenente Noris Mara Pacheco Martins Leal, Diretora do Museu Militar, está com a palavra em Grande Expediente.

 

A SRA. NORIS MARA PACHECO MARTINS LEAL: Exma Srª Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Maria Celeste. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Boa-tarde! O Museu Militar teve o início de suas atividades em 1999, quando foi assinado, pelo General-de-Exército Francisco Pinto dos Santos Filho, o seu ato de criação. Nesse mesmo ano, foi nomeado um militar da reserva especialista em História Militar, conhecedor de armas e viaturas, o Tenente Nestor Antunes Magalhães e contratada uma historiadora, a Tenente Andréa Reis da Silveira, profissionais esses que foram responsáveis pela montagem de uma equipe e do que viria a ser o Museu Militar.

Até 2001, as atividades do Museu estavam ligadas à organização interna e a exposições de curta duração realizadas em um dos prédios do Comando Militar do Sul, onde o acervo, nesse momento, estava guardado. No ano de 2000, numa parceria com a Fundação Banco do Brasil e a Empresa Odebrecht, montou-se a exposição “Cabral, o Viajante do Rei/ Armas do Brasil, Ferramentas para a Paz”. Foram visitadas 12 cidades no Rio Grande do Sul, nas diferentes regiões do Estado. A exposição, feita para comemorar os 500 anos de descobrimento, teve no Rio Grande do Sul um diferencial, que foi o uso de parte do acervo do Museu Militar, que complementava os painéis e as estruturas produzidos para viajar o País inteiro. Assim, o Museu Militar colocou o pé na estrada. Foram milhares de pessoas que tomaram conhecimento de um Museu do Exército na Região Sul. Não era mais um embrião de museu; era uma realidade, mas, nesse momento, ainda sem sede.

Só em 2001 foi ocupado o atual prédio, um prédio de grande importância, um dos prédios militares mais antigos de Porto Alegre, construído em 1867, como já foi salientado, para abrigar o arsenal de Guerra da Província, que ali permaneceu até a década de 30. Depois disso, várias unidades militares passaram por ali. Em 2000, vazio, o prédio corria risco. A equipe do Museu Militar, seguindo diretrizes dos seus comandantes, optou por ali instalar o acervo e adaptá-lo para o recebimento do público. A missão do novo Museu definia que esse tinha que pesquisar, preservar e conservar o acervo referente à atuação do Exército Brasileiro na Região Sul do País, bem como a sua inserção na sociedade local. O Museu, além de cumprir a sua missão, também passaria a servir como porta de diálogo com a comunidade civil; era o carro-chefe da Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Sul.

Após oito anos de trabalho, temos um acervo composto por cerca de cinco mil peças, divididas em uniformes, fotografias, medalhas, armas leves e pesadas, viaturas hipomóveis e motorizadas, desde o período colonial, chegando aos nossos dias. Na certeza de que a função do Museu é mais do recolher e conservar peças do acervo histórico, a atuação do Museu vem preocupando-se, cada vez mais, em aumentar, aperfeiçoar e diversificar as suas atividades. Nesse caminho, procura participar das mais diversas atividades de divulgação, levando o Museu para junto da comunidade.

Desde de março de 2005, o Museu tem aberto as suas portas nos finais de semana e feriados, atendendo uma solicitação do público. O acerto dessa medida tem se demonstrado através do aumento considerável de visitantes. Pautados pela diversificação de ações, foram organizadas exposições temporárias, exposições itinerantes, assessorias técnicas, cursos e oficinas na área da museologia. Também foram realizadas diversas parcerias que permitiram o recebimento de estagiários de várias universidades, oriundos principalmente dos cursos de História, e a organização do I Encontro de Museus Militares, evento inédito, de âmbito nacional, que se propôs a discutir a realidade das instituições de acervos militares, sejam elas do Exército, Marinha, Aeronáutica ou Polícias Militares.

Ainda na busca de um aperfeiçoamento das atividades e da interdisciplinaridade, foram realizados convênios com universidades para atividades ligadas à pesquisa e à manutenção do patrimônio arquitetônico do Exército na Região Sul, como o projeto de restauração do prédio do Quartel-General Auxiliar, antigo Quartel-General, prédio reconhecido pelo Município como de interesse de preservação, pelo seu estilo arquitetônico e pela sua participação em diversos momentos políticos do País, como os episódios da Revolução de 30.

Neste ano em que o tema da Semana dos Museus é “Somos Todos Universais”, muito nos orgulho o reconhecimento do trabalho realizado pelo Museu Militar, que vem trilhando esse caminho na sua curta existência e que muito é representado na quantidade de pessoas que visitam o antigo prédio do Arsenal de Guerra; são em média 50 mil pessoas/ano, sendo que essa média duplicou depois de 2004, como já salientei, quando passamos a atender o público durante os finais de semana e feriados.

Baseados na política cultural do Exército Brasileiro, entendemos que os Museus Militares possuem uma função educativa e são extraordinários instrumentos de divulgação do Exército, particularmente aos jovens. Esse foi o compromisso social do Comando Militar do Sul quando criou o Museu. Além de preencher uma grande lacuna num Comando com grandes tradições militares, serve como centro irradiador de todas as ações destinadas a preservar a memória, as tradições e os valores da Força terrestre nos Estados do Sul do País, assim como é compromisso de todos os militares que trabalham no Museu.

Hoje são treze militares que desenvolvem diretamente as suas atividades nessa instituição museológica, mas muitos outros por ali já passaram como profissionais ou aprendizes e auxiliaram no desenvolvimento dessa trajetória. O Museu Militar só foi possível pela vontade do Comando Militar do Sul, pelo trabalho abnegado dos diversos militares que a ele se dedicaram e pelo o apoio recebido de diversas instituições parceiras. E gostaria de, neste momento, citar a sempre presente parceria do Departamento de Museus do Ministério da Cultura e ressaltar o trabalho em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, através do Sistema Estadual de Museus, o que possibilitou a realização de diversos projetos como exposições, fóruns, seminários e a participação na campanha gaúcha “Você quem faz - Visite Museus”, valorizando maio, mês dos museus no Rio Grande do Sul.

Em nome de todos os militares do Comando Militar do Sul e mais especificamente em nome daqueles que desenvolvem as suas atividades militares nessa instituição museológica, venho agradecer esta homenagem, que tanto engrandece o trabalho desenvolvido por todos e nos incentiva a sempre buscar o aperfeiçoamento e a expansão do Museu Militar. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisada pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Com o discurso da Srª Noris Mara, Diretora do Museu Militar, encerramos a presente homenagem, agradecendo a presença de todos os senhores e as senhoras. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h10min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 15h14min): Estão reabertos os trabalhos.

A Mesa informa o recebimento de Ofício do Ver. Carlos Comassetto, que solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, 17 de maio. A Mesa declara empossado o Ver. Mauro Pinheiro, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, em função da impossibilidade de o Suplente Ver. Gerson Almeida assumir a Vereança.

Esta Presidência convida o Ver. Elói Guimarães a se dirigir à Mesa para receber o seu cartão de felicitações pelo seu aniversário no dia de hoje.

 

(Procede-se à entrega do cartão.) (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Neste momento, damos início a homenagem ao aniversário da Orquestra de Flautas da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa-Lobos, homenagem proposta pela Verª Maristela Maffei. Convidamos para compor a Mesa a Srª Gisele Raugust, Vice-Diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa-Lobos; a Srª Cecília Silveira, Coordenadora e Regente da Orquestra de Flautas da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa-Lobos. Prestigiam esta homenagem os alunos e ex-alunos da Escola, que estão conosco nesta tarde. Sejam muito bem-vindos à nossa Casa e parabéns pelo aniversário da Escola.

A Verª Maristela Maffei, proponente desta homenagem, está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Exma Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srª Gisele Raugust, Vice-Diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa-Lobos; Srª Professora Cecília Silveira, Coordenadora e Regente da Orquestra da Flautas da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa-Lobos, da Lomba do Pinheiro. Presidenta, quebrando um pouco o protocolo, eu queria pedir, se V. Exª me permite, que, durante a homenagem, os nossos artistas possam ficar aqui na frente, porque o espetáculo maior, que deveria ser a apresentação para nós, infelizmente neste período não será possível de ser apreciado, por uma questão da Casa. Então, eu gostaria que vocês viessem até aqui à frente, para que hoje nós possamos cantar para vocês. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Convidamos os alunos para, se assim o desejarem, se posicionarem em frente à Mesa e receberem a homenagem da Verª Maristela Maffei em nome de todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa. (Pausa.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, gostaria de dizer que é com grande emoção que estamos vivenciando os 15 anos da Orquestra. Estes jovens, crianças e adolescentes surpreendem o mundo, eles são oriundos de uma realidade que todos nós conhecemos muito bem, são lá da nossa querida Lomba do Pinheiro, lá na Vila Mapa, demonstrando que a arte e a cultura podem ser - e são - um espaço de todos.

Bem diz o Deputado Federal Paulo Delgado, Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados (Lê.): ”As manifestações culturais não são moléculas indiferentes umas as outras. Cultura é o ser e o vir-a-ser que ultrapassa todos os limites. No seu sentido pleno, é a dimensão simbólica da existência social, como usina e conjunto de signos de cada comunidade e de toda a nação. Uma direção de sentidos das nossas identidades, que resultam dos encontros entre as múltiplas representações do sentir, do pensar e do fazer brasileiro. Lembro aqui o que disse nosso Ministro da Cultura, Gilberto Gil [...]: ‘Cultura é todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis e costumes e qualquer outra capacidade ou hábito adquirido pelo homem enquanto ser social, membro de uma sociedade. A cultura vai muito além do âmbito restrito e restritivo das concepções acadêmicas, ou dos ritos e da liturgia de uma suposta classe artística e intelectual.’”

É nesse sentido que nós queremos homenagear estes nossos jovens, meninos e meninas da nossa comunidade. A oportunidade de aprender música despertou o interesse destas crianças da Vila Mapa, periferia da nossa Cidade, jovens que descobriram o prazer de tocar um instrumento musical. O acesso ao conhecimento através de uma aprendizagem prazerosa - resultado de um trabalho pedagógico intenso e contínuo - garantiu o comprometimento dos alunos da comunidade com a atividade. A arte alargou os seus horizontes, revelando-lhes o seu lado gente, humano e nobre, Ver. Adeli Sell. Eles passaram a canalizar a sua energia para o belo - como diz muito bem a nossa sempre Secretária de Cultura Margarete Moraes -, para o sensível, começaram a enxergar o mundo diferente daquilo que até então lhes era mostrado.

A proposta inicial foi-se ampliando ano após ano. Hoje o programa atende mais de 150 alunos através das oficinas de música, com aulas de flauta doce, teclado, violoncelo, violino, percussão e cavaquinho, e há a Orquestra de Flautas, grupo artístico composto por 50 integrantes. Além disso, funcionam as monitorias, que intensificam o processo ensino-aprendizagem das oficinas e oportunizam experiência pedagógica aos alunos da Orquestra.

O contato com o palco e platéias diversas foi construindo a identidade artística do grupo. Nos últimos anos, eles cumprem intensa agenda de espetáculos, com uma média de dois por semana, apresentações que acontecem em eventos promovidos pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre e por variadas entidades públicas e privadas da Capital e Interior do Estado. O grupo já esteve em Campo Bom, Casca, Gramado, Igrejinha, Montenegro, Osório, Pelotas, Taquara, além da Região Metropolitana, subindo em palcos famosos como Teatro Renascença, Teatro do IPE, Centro de Eventos da PUC, Centro de Convenções do Sesi/FIERGS, Salão de Atos da UFRGS, Teatro da OSPA, Theatro São Pedro e Gigantinho, inclusive no Teatro Guarani, em Pelotas.

 

A Srª Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu quero cumprimentá-la com muita sinceridade, cumprimento a Diretora, toda a Direção da Escola Villa-Lobos e, sobretudo, estes nossos artistas, meninos e meninas jovens. E quero dar um depoimento pessoal: quando eu compareci ao Fórum Mundial da Educação, com tantas expressões culturais do mundo todo lá no Gigantinho, aquela que mais me sensibilizou, a que mais me emocionou foi exatamente esse trabalho, que existe há muito tempo e que deve ser sempre prosseguido e aperfeiçoado. Parabéns à Direção da Escola, parabéns aos estudantes, parabéns à querida Verª Maristela Maffei, que é uma integrante, também, dessa comunidade. Falo em nome do companheiro Adeli e do companheiro Mauro Pinheiro, Vereadores aqui presentes. Muito obrigada.

 

A Srª Neuza Canabarro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Quero cumprimentar a Verª Maristela Maffei por fazer esta agradável surpresa na Câmara de Vereadores. Para mim é muito emocionante, Vereadora, porque foi na minha gestão, na época em que fui Secretária Municipal de Educação, que a Escola Villa-Lobos foi construída, e já sentia que, ao homenagear Villa-Lobos, estaríamos semeando sementinhas que dariam este fruto que hoje vemos. Tanto é que, na inauguração da Escola Municipal Villa-Lobos, de um CIEM, escola de turno integral, nós trouxemos o Professor Protógenes de Melo, que se dedica apenas à obra de Villa-Lobos no acordeom e é conhecido no Brasil inteiro e no Exterior. Então, é com muita alegria que hoje, já com meus cabelos brancos pintados, eu vejo esses jovens aqui, como frutos que eu plantei. Obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Verª Neuza Canabarro.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu não poderia deixar de me manifestar, em nome da Bancada do PMDB, para falar da minha satisfação em ter conhecido o trabalho da Escola, por saber o quanto é importante para vocês e quanto de benefício ele traz para a comunidade, para aquelas pessoas que assistem a vocês quando da apresentação. Eu tive oportunidade de assisti-los recentemente na Catedral, então estou me solidarizando, dizendo o quanto Porto Alegre se sente feliz em tê-los conosco, senti-se feliz com a Escola, com a maestrina. Solidarizo-me com a homenagem da nossa Verª Maristela Maffei.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Vereador.

Décio Schauren, nosso sempre Vereador de Porto Alegre - foi Vereador aqui por três mandatos -, se eu pudesse, eu quebraria o protocolo para vires aqui, porque eu imagino a emoção que tu deves estar sentindo como morador daquela comunidade e conhecedor desse trabalho desde o início. Quero fazer disto uma homenagem a ti, porque sei do teu compromisso.

Nós sabemos que todos têm vontade de fazer alguma coisa, mas a vontade tem que partir de pessoas que, individualmente, têm vontade para o coletivo. E nós sabemos que a Escola, a sua Direção, teve essa vontade, mas uma pessoa, em especial, assumiu, incorporou para si essa bonita história, deste aniversário de 15 anos que hoje todos nós de Porto Alegre nos sentimos também fazendo. E essa pessoa, com certeza, é a Professora Cecília Silveira, que dedicou a sua vida, comprou essa briga bonita, essa guerra da paz, de buscar na alma, na sensibilidade dessas crianças, desses adolescentes, a vontade de fazer o que nós todos conhecemos um pouquinho pelas palavras da Verª Margarete, a estética, o belo, que se traduzem exatamente no que vocês são, no que vocês apresentam.

E hoje, apesar de vocês não estarem aqui com os instrumentos, com certeza, se nós fizermos um pouquinho de silêncio, vamos ouvir vocês tocando cada um o seu instrumento, porque, na verdade, vocês passam isso pelo brilho dos olhos, pelo comprometimento da comunidade, pelo comprometimento que cada um de vocês tem com aquilo que fazem pela comunidade. Se por um lado alguns lutam muito mais por asfalto, luz, água, educação, vocês transmitem tudo isso através da arte, através da música.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maristela Maffei, a música é a fala dos anjos, e, se os nossos jovens tocarem aqui, falarão pelos anjos.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Vereador.

Eu gostaria de terminar a fala, Verª Maria Celeste, com a sua tolerância, dizendo que, se há uma questão para a economia na diversidade da cultura, nós não poderíamos permitir de forma alguma que isso aconteça, e, com certeza - há pouco estávamos aqui com o Júnior, que faz parte do Ministério da Cultura -, hoje há uma inversão, há um investimento real na economia, porque nós, assistindo à forma com que se constituem esses jovens através da música, sabemos que este País tem jeito. Mas existem pessoas que, quando acontece algum problema neste País, a primeira coisa que fazem é criminalizar, e criminalizar neste País tem rosto e tem cor. A primeira coisa em que pensam é em diminuir a idade penal. E nós sabemos que isso é possível de ser revertido; nós, que nascemos na periferia, somos mais empobrecidos e, de fato, já vamos nascer aprisionados. Aqui está o exemplo, senhoras e senhores, de que este País tem jeito: o exemplo desta Escola, destes professores e destes alunos através da música e da arte. Parabéns a vocês!

 

(Canta-se o “Parabéns a Você”.)

 

(Não revisada pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Professora Cecília Silveira, Coordenadora e Regente da Orquestra de Flautas da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa-Lobos, está com a palavra.

 

A SRA. CECÍLIA SILVEIRA: Exma Srª Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Maria Celeste; Srª Vice-Diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa-Lobos, minha querida colega Gisele Raugust; queridos alunos da Orquestra; Exmos Vereadores e demais presentes: este momento, apesar de ser mais um momento importante na vida da Orquestra, vida que a gente ao longo desses 15 anos felizmente vem vivendo, sem dúvida é muito especial.

Um projeto de música. Um projeto de música popular. Um projeto de música dedicado à classe popular. Um projeto de música dedicado à classe popular, funcionando numa escola pública. Um projeto de música, de classe popular, de uma escola pública, funcionando numa das vilas da periferia de Porto Alegre. Esse projeto, ao longo de 15 anos, não só é desenvolvido como se multiplica em atendimento. E é muito mais do que quantidade, é a qualidade de atendimento. Então, ser homenageado na Câmara Municipal de Porto Alegre, a Casa do Povo, pela passagem dos 15 anos da Orquestra de Flautas, sem dúvida é um momento muito especial para todos nós.

Há 15 anos atuamos na Escola buscando qualificar o trabalho pedagógico, e eu, como professora de música nomeada para o Município de Porto Alegre no ano de 1991, atuo há 16 anos e me senti com uma responsabilidade imensa ao implementar um projeto que teria uma continuidade. Certamente, no dia 15 de abril de 1991, quando nove alunos tiveram a primeira aula de flauta na Escola Villa Lobos, nenhum de nós - nem eu, nem eles -, nem a Direção da Escola imaginávamos que, depois de 15 anos, estaríamos aqui recebendo esta homenagem, que estaríamos aqui com um projeto que hoje, sem dúvida, tem um significado muito especial na vida de toda a comunidade da Vila Mapa, mas também para a vida da cidade de Porto Alegre, o que nos deixa muito lisonjeados, muito feliz e recompensados. Porque 15 anos de sobrevivência - vamos usar a palavra sobrevivência, porque muitas vezes é a sobrevivência de um trabalho pedagógico, é uma continuidade, vai-se ampliando artística e pedagogicamente -, sem dúvida, é uma conquista muito importante. E lá, há 15 anos, a gente ainda não conseguia prever a dimensão que esse projeto encontraria dentro da comunidade.

Fico muito emocionada em ver meus alunos aqui ao meu lado, recebendo esta homenagem. Agradeço de coração à Verª Maristela Maffei, que é lá da Lomba do Pinheiro, que acompanha de perto esse projeto desde o seu nascedouro e tem nos acompanhado em toda a nossa trajetória. E que bonito chamá-los, Maristela! Essa quebra de protocolo é muito significativa, porque a homenagem é muito especial para todos eles.

Esse projeto vem se multiplicando dentro da comunidade, e hoje temos, além dos alunos que compõem a Orquestra, que é o grupo aqui presente, oficinas de música que atendem desde as crianças pequenas da Escola até os jovens que agora já se encaminham para um trabalho mais profissional na área da música. Inclusive, dentro do nosso projeto, temos três oficineiros que são estudantes universitários de música, graças à sua competência, à sua capacidade desenvolvida na música da Escola Villa-Lobos. Nós temos uma aluna que estuda no IPA, ela vai se formar daqui a dois semestres, e temos dois alunos recém ingressos no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Isso nos dá um orgulho muito especial, são crianças que iniciaram no projeto aos dez anos de idade, e hoje eles são jovens universitários que fizeram a sua opção pela música. E temos dentro do Projeto oito monitores que acompanham o processo pedagógico de formação de novas crianças na educação musical.

Então a nossa alegria é muito grande. Na verdade, o projeto tem um caráter artístico muito grande, mas também tem uma formação pedagógica fundamental. E é isso que faz transformar as vidas, e é assim que na Vila Mapa, local para o qual - sem muita escolha - eu fui indicada para trabalhar, eu me realizo profissionalmente. E tenho certeza de que, em todos os jovens e crianças que passam pelo projeto, algo a mais, muito importante fica no coração de cada um deles.

Eu agradeço imensamente esta oportunidade e esta homenagem, porque assim nós brindamos mais uma vez os nossos 15 anos, que foram muito bem comemorados no dia 14 de abril no Clube do Professor Gaúcho, numa parceria muito bonita com o Clube. Fizemos um baile de 15 anos com a presença de todos os alunos e mais de duzentos participantes de toda a comunidade da Vila Mapa. Muito obrigada e uma boa-tarde. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Com as palavras da Professora Cecília Silveira, nós encerramos este momento de homenagem, parabenizando não só a Professora e a Vice-Diretora, mas todo o quadro dirigente da Escola, todos os professores, educadores, funcionários, sobretudo parabenizamos esta Orquestra maravilhosa pelos seus 15 anos de existência, que é um presente para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigada pela presença das senhoras e dos senhores. Suspendo os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h39min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 15h42min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, cabe uma explicação desta Presidenta - bem cobrada pelo Ver. Claudio Sebenelo -, que, de fato, não a fez no início. Esta homenagem do Grande Expediente da Escola Villa-Lobos está completamente correta, está de acordo com o Regimento desta Casa. Houve apenas um lapso da Diretoria Legislativa e do setor de Relações Públicas de não colocar o registro no escaninho dos senhores, sobre as suas mesas. De fato, no início da homenagem, eu deveria fazer esse informe, mas estávamos com duas homenagens concomitantes, e não o fiz. Faço o registro neste momento, para que não haja nenhuma dúvida.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Nosso boa-tarde à nossa querida Presidenta Maria Celeste, aos demais Vereadores e Vereadoras e também aos amigos que se encontram nesta Casa Legislativa. Venho à tribuna para comunicar que apresentei à Direção desta Casa, ao Departamento Legislativo desta Casa, Presidenta, a minha desfiliação do PR. Eu tive uma experiência de 11 anos no PTB - não é, Ver. Brasinha? -, e, quando saí do Partido, quando estive na tribuna, ninguém ouviu o Ver. Elias Vidal falar mal do PTB, em que deixei grandes amigos, que o são até hoje. Tenho uma boa relação, graças a Deus, com o PTB.

Como um Vereador que não tem uma larga experiência na política, eu sentia necessidade de buscar mais conhecimento político, conhecer mais lideranças políticas. Então, este Vereador teve a experiência durante um ano no PPS. E surgiu, no meu entendimento, numa reorganização da política do Brasil, a Cláusula de Barreira, a fusão de Partidos. Entendi que seria um bom momento, na junção do PL com o Prona, para podermos, num Partido menor, dar a nossa contribuição na caminhada da democracia, na consolidação das instituições democráticas. Este Vereador entendeu que seria um bom momento para atuar. Quero dizer que fiquei muito feliz, muito contente, porque, da fusão Prona e PL, surgiu o PR. E eu pensei assim comigo: “Eu vim para ficar, aqui vou ficar”. Os senhores são testemunhas nesta Casa do quanto eu lutei para permanecer no PR. Talvez nunca tenham visto uma situação como esta na Casa Legislativa, de um Vereador não querer sair de um Partido; de lutar de todas as formas dentro da lei, dentro da legalidade, dentro do conhecimento para permanecer num Partido.

Mas olhem só a situação: o atual Presidente do PR mora a quase 400 quilômetros de Porto Alegre, fora da Capital, o que inviabiliza muito os trabalhos. O atual Presidente do PR em Porto Alegre mora a mil quilômetros desta Capital; mora em São Paulo. O atual Líder de Bancada, que ficou no meu lugar, não tem mais interesse em concorrer na política; pelo menos, foi o que me disse. E o que todo o mundo comenta - e se sabe - é que no painel quase não se vê o seu nome, ele não está presente. Então, senhores, fica insustentável, porque ele não precisa do Partido, porque, como disse, não vai mais concorrer, e, não tendo Partido, não tendo legenda, este Vereador terá que fazer mais de 20 mil votos sozinho para se eleger! Eu acho que para eleger um Vereador nós precisamos em torno de 22, 23 mil votos. Isso quer dizer que, se eu fizer 10, 15 ou 20 mil votos, não me elejo. E saiu na imprensa: “O Ver. Vidal saiu do PR”. O que fariam no meu lugar? Qual é a média de votação dos Vereadores - salvo um Fortunati, que estourou na votação, foi um fenômeno; ou o Ver. Dib, ambas pessoas fantásticas.

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Vereador, seu tempo se encerra.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Srª Presidenta, eu tenho direito ao tempo, porque estou tratando da questão da desfiliação. Vossa Excelência poderia consultar a Diretora Legislativa se eu posso utilizar mais esse tempo para concluir?

Como Vereador nesta Casa, os únicos casos que vi foram do Ver. Fortunati, do Dib e do Deputado Federal que tivemos a honra...

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Vereador, não há esse direito.

 

O SR. ELIAS VIDAL: O Ibsen Pinheiro, que teve uma votação fantástica, mas são casos assim muito especiais. Então, não tem como um mortal fazer vinte, vinte e poucos mil votos, sempre fico na casa de seis, sete mil votos.

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Vereador.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Então, senhores, por esta razão estou aqui dizendo que estou me desfiliando, por entender que os senhores, no meu lugar, fariam da mesma forma. Meu muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Agradeço.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidente, Verª Neuza Canabarro; agora nós sabemos a que distância mora o Presidente do PR aqui de Porto Alegre - e é verdade, uma coisa que eu não sabia.

Eu quase não tenho vindo à tribuna, eu prefiro ouvir, aprender e até aprender como não fazer. Essa discussão que envolve o saneamento na cidade de Porto Alegre é descabida. O saneamento precisa ser feito, e, se encontraram um jeito de arrumar dinheiro para fazer isso, pois então que se faça! E a oposição deixa para cobrar depois? O PT, que exige, que cobra, recentemente esteve por 16 anos administrando a cidade de Porto Alegre, então por que não fizeram? Eu não consigo entender certas coisas, apesar de todos os dias ter de vivenciar esse tipo de coisas. Se é para melhorar a condição de vida dos moradores da cidade de Porto Alegre, não interessa quem está fazendo. Deixa fazer, é simples! Mas o que vemos é a oposição, encabeçada pelo PT, em considerações absurdas, tudo em nome da oposição. Gasta-se muito tempo na Casa com um Partido falando mal do outro, e o serviço a ser executado na Cidade fica embolado em meio a tantas discussões, para, no fim, todos votarem a favor. Ou não? Alguém vota contra esse tipo de Projeto, de plano de execução de um trabalho que precisa ser feito para a Cidade, com 800 mil habitantes beneficiados, a maioria dos bairros da Capital tendo benefícios com a obra? Quem é que pode ser contra? Ser por ser! Agora, se não sair do papel, todos terão o direito a cobrar da Administração Municipal. Isso não é privilégio da oposição, eu não penso assim! Vocês são testemunhas de que eu venho aqui e cobro da Administração Municipal, embora pertença ao bloco do Governo.

Dia desses eu recebi, no gabinete, uma pessoa que mora nas proximidades da Câmara. Ele está em liberdade condicional, Ver. Ismael Heinen, e já demonstrou que quer levar uma vida longe da Polícia - os seus quatro anos de cadeia, tirados na cidade de Osório, serviram para demonstrar a ele que o caminho da luz é o trabalho. Cidadão bem desenvolto, sabedor do que está dizendo, trabalha com papel: papeleiro. Pai de dois filhos e casado. Disse-me que está tirando “uns duzentos pilas” por semana e que sonha ter um lugar para morar. Pois esse cidadão, em liberdade condicional, encontra todos os obstáculos possíveis e imagináveis para mostrar que quer ser do lado da lei. Passou a maior vergonha porque foi a uma agência bancária para abrir uma conta, para guardar o seu dinheirinho, e foi negada a ele a abertura dessa conta porque ele está na condicional. Mas, estando na condicional, deixa de ser cidadão? Não tem direito ao que os outros têm? “É muita humilhação para um homem”, disse-me ele, no meu gabinete. Para o ser humano tratado dessa forma, segundo ele, coloca-se o 38 na cinta e se vai, outra vez, assaltar. Mas que diabo! O cara está em recuperação e não recebe oportunidade de se recuperar! Nem uma conta bancária o cara pode fazer! Então, são coisas às quais a sociedade poderia dar um pouquinho mais de atenção. Um papeleiro tem o mesmo direito que eu de ter uma conta bancária.

Eu não ia falar hoje, mas tenho uma sugestão, Ver. João Antonio Dib, a dar para esta Casa. Na semana passada o Ver. Marcelo Danéris, que está ausente, desafiou a Presidência da Casa - desafiou a Presidência -, falando sobre um assunto que não estava na primeira discussão preliminar de Pauta. Ele desafiou a Presidência, continuou falando, continuou desafiando, foi até o fim, mas nada aconteceu para ele. Vou fazer uma sugestão, porque proibir este microfone a alguns Vereadores - não são todos - é pior do que mexer no bolso deles. Isso aqui é sagrado! Sobem aqui três, quatro vezes por dia para falar abobrinha, não sai nada, mas vêm aqui para falar! Então, eu sugiro que o Vereador rebelde, aquele que desafia a Presidência da Casa, seja suspenso do uso do microfone por uma Sessão; se continuar errando, que seja suspenso duas vezes e, se errar de novo, que seja suspenso por um mês, porque, repito, tirar esta tribuna de alguns que sobem aqui três, quatro vezes por dia é pior do que mexer no bolso, e pelo menos nós temos a obediência ao Regulamento e, principalmente, o respeito à Presidência da Casa, porque, se esta Casa é a Casa do Povo, ao se faltar respeito com a Casa, também se estará faltando respeito com o povo de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Vereadores, Vereadoras, gostaria inicialmente de registrar, com muita alegria, a visita que estou recebendo do Sr. Jackson Tillwitz, aqui de Porto Alegre.

O nosso País, Verª Neuza Canabarro, recebeu na semana passada a visita honrosa do nosso Papa Bento XVI, que veio a este País para a abertura da 5a Conferência Episcopal Latino-americana e Caribenha. Eu soube, hoje, que o local da 5a Conferência foi sugerido pelo próprio Papa, que disse que gostaria que a 5a Conferência fosse realizada no Brasil. O nosso País, que é considerado o maior País católico do mundo, o Papa queria visitar, e aqui veio, Ver. Nilo Santos, também para declarar Frei Galvão como o primeiro Santo brasileiro.

Aqui vejo a minha amiga Edelvira, do movimento político pela unidade, o Movimento Focolare, que foi lá apresentar ofertas ao Sumo Pontífice. A gente, então, recebeu essa bênção, essa graça - a visita do nosso Santo Padre. Hoje, Vereadora, nós estivemos na Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa, a ADCE, e houve uma palestra com o Padre Manuel Augusto dos Santos, teólogo realmente moderno, que veio nos explicar e esclarecer a importância da visita do Papa ao nosso País. De fato, movimentar um milhão e meio de fiéis em São Paulo é uma ocasião especial. A cobertura que a imprensa deu também pode transmitir essa graça a todo o nosso País. Então, nós - o povo de Porto Alegre -, ao menos na minha observação, precisamos agradecer pelas bênçãos, pela graça do Santo Padre.

O povo do Rio Grande do Sul, Ver. José Ismael Heinen, estará promovendo, do dia 20 a 23 de setembro deste ano, o I Fórum da Igreja Católica no Rio Grande do Sul. Coordenado pelas nossas 17 dioceses, será sediado, aqui em Porto Alegre, em todo o complexo da PUC. Esperamos receber, nesses três dias, aproximadamente cem mil pessoas para avaliar e projetar os serviços da Igreja Católica no Estado do Rio Grande do Sul. Vai ser um grande evento. A Câmara de Vereadores já está convidada a participar do evento e das oficinas que lá serão realizadas.

Então, Srª Presidente, o meu objetivo é agradecer ao Santo Padre pela graça, pela benção da sua presença em nosso País. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Nedel.

Apregoamos os seguintes documentos: Memorando nº 118, do Gabinete da Presidência, assunto representação (Lê.): “Informamos que o Ver. Newton Braga Rosa estará representando esta Câmara Municipal no debate ‘O momento atual da Engenharia brasileira - Uma visão gaúcha’, a realizar-se no dia 17 de maio de 2007, às 16h, na Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul. Verª Maria Celeste, Presidenta”.

Recebemos também Ofício de autoria do Ver. Elias Vidal, endereçado à Presidente desta Casa (Lê.): “Srª Presidente, o signatário vem, respeitosamente, à presença de V. Sª., de acordo com a legislação em vigor e para todos os efeitos legais, comunicar que, a partir desta data, se desfilia do Partido da República - PR -, ficando sem agremiação partidária, comprometendo-se a encaminhar cópia deste Pedido de Desfiliação ao Cartório da Zona Eleitoral à qual pertence. Número do Título de Eleitor: 32702370400; Zona 111; Seção 108. Ver. Elias Vidal”. Constam, entre os documentos, um Ofício do Ver. Elias Vidal ao Líder da Bancada, Valdir Caetano; ao Juiz José Antonio Daltoé Cezar, também comunicando a desfiliação, e ao Sr. Baltazar Balbo Teixeira, Presidente Estadual do PR. Estão à disposição de quem quiser ter conhecimento deles.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Querida Vereadora que preside esta Sessão, Neuza Canabarro; a homenagem que o Ver. Newton Braga Rosa prestou hoje, merecidamente, ao Museu do Exército me fez lembrar de que, há 20 dias, eu vim a esta tribuna e registrei o vazio que há no Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo. Eu registrei, denunciei e quero manter que havia uma exposição permanente que foi retirada sem ser reposta. Além de não ser reposta, também não houve resposta, nenhuma justificativa. Imediatamente, a Líder do Governo, aos gritos, como é o seu estilo, veio falar inverdades da gestão da Administração Popular, querendo assim justificar o vazio da atual gestão. Logo depois, veio um texto apócrifo, Verª Neuza, sem assinatura, absolutamente tendencioso, inaceitável para quem lida com a história, para quem lida com a Memória, porque faz referência até 1980, depois deixa um vazio e passa direto para 2005, ignorando 25 anos de gestão do Museu Joaquim José Felizardo - 16 anos da Administração Popular, mais nove anos de outras gestões. Inclusive V. Exª, Verª Neuza Canabarro, era a Secretária de Educação e Cultura na época. Eu fui Secretária da Cultura e tenho muito orgulho do que foi feito lá; tenho certeza de que a senhora também.

E um Governo vem para qualificar, para melhorar o outro, isso é normal, é natural. Então, calou o texto, mas a vida seguiu pulsando; calou o texto, mas a história continua; parou o texto, mas a vida se move. E nós sabemos que a versão oficial, Ver. Guilherme, é sempre dos vencedores. Nesse caso não há nenhuma versão; há um vazio, há um buraco, como se o Museu não tivesse existido. Existem fontes reais de pesquisa na imprensa, nos relatórios, nas publicações, nos artigos que atestam a importância do Museu de Porto Alegre, como falei antes, num processo cumulativo. Hoje é um local triste, empoeirado, vazio.

Os vizinhos participavam do programa “Música no Solar” uma vez ao mês; as escolas participavam do programa “Aula no Museu”. E, sobre os especialistas, podemos citar Sérgio da Costa Franco, Professor Riopardense de Macedo, ou a contribuição dos açorianos na Semana Açoriana que foi lá realizada. Se querem falar em obras físicas, fizemos a manutenção, assim como o seu Governo fez também a conservação permanente daquele espaço. Nós construímos a reserva técnica do Museu, mas o mais importante foi termos estabelecido, não eu, mas os diretores, a equipe da Secretaria Municipal da Cultura, uma comissão curadora que estabelecia um conceito sobre o Museu e que selecionava as obras do acervo. Daí surgiu a exposição “Porto Alegre, uma História em Três Tempos”, que ocupava três salas, numa linguagem contemporânea, esteticamente atraente. Também no torreão do Solar Lopo Gonçalves havia uma exposição chamada “Um olhar Outro Tempo”. Houve a remodelação da entrada “Vídeo Educativo”, mas o mais importante é que era um Museu vivo, efervescente, dinâmico, com programação permanente. Havia um trabalho de arqueologia, e daí surgiu o livro “A Faiança em Porto Alegre”, onde se registravam depoimentos de personalidades de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib, como o Tatata Pimentel, Léo Guerreiro; o Lauro Guimarães deu o seu depoimento, uma gari do DMLU, e daí surgiu um livro que, se não me engano, era “Para Jogar Conversa Fora da História”, ou algo assim. O Catani também participou desse projeto.

O meu tempo acaba, tenho um trabalho muito importante lá, mas quero registrar aqui o meu respeito, a minha admiração por todos os diretores que passaram por esse Museu; dos anteriores, quero citar os que lembrei agora: Jane Cravo, Pedro Vargas, Jorge Pozzobon, Zita Possamai, todas personalidades absolutamente especializadas nessa área.

Além de todo o trabalho de remodelação para pessoas com deficiência, eu tenho uma tristeza muito grande, porque gostaria de vir aqui e elogiar um trabalho, como acontece na coordenação de cinema, vídeo e foto, que é um trabalho magnífico que a Secretaria desenvolve ainda, mas há mais de um ano há um centro cultural, há um museu de Porto Alegre sem nada, parado, vazio. Parece um buraco negro, desses que existem na natureza. E o pior: para tanto desgoverno - nesse caso, para tanto desserviço -, não há nenhuma justificativa, não há nenhuma prestação de contas. Ver. Sebenelo, isso é sério, eu gostaria que V. Exª soubesse dessa história. Inclusive, eu vou-lhe encaminhar, em consideração e respeito à sua personalidade extremamente cultural - eu sou testemunha disso -, todo o trabalho que foi lá desenvolvido. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Verª Margarete Moraes.

O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO FRAGA: Verª Neuza Canabarro, Vice-Presidente desta Casa, na Presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público da TVCâmara, público que nos assiste nas galerias, vou falar a respeito do assunto Segurança, mas antes gostaria de dizer para o Ver. Elias Vidal que, sobre essa nova opção, pense bastante, reflita e siga pelo bom caminho. Elias Vidal, eu te considero bastante, assim como considero o Ver. Valdir Caetano, são dois colegas Vereadores por quem tenho uma grande afinidade, e esse momento é de reflexão.

Eu poderia começar falando, Verª Neuza Canabarro, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, a respeito da coluna do Antônio Carlos Macedo de hoje no Diário Gaúcho que trata do Zeca Pagodinho, da Ivete Sangalo e das bebidas, poderia falar, Dr. Sebenelo, da Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul desde que o nosso companheiro Enio Bacci saiu da Secretaria. Por que falo do Antônio Carlos Macedo? Porque é um dos radialistas e jornalistas que mais cuidam da nossa Cidade e do nosso Estado.

Então eu volto a falar no Enio Bacci, que tanto defendi aqui desde o começo do Governo, pelo trabalho que ele estava fazendo, principalmente para nós, do Extremo Sul, lá de Belém Novo, da Restinga. Nós não passávamos pela Av. Eduardo Prado, pela Av. Cavalhada e pela Estrada Juca Batista sem encontrar uma barreira, isso nos dava uma tranqüilidade; lá nós não somos da Zona Sul, nós somos do Extremo Sul, e lá é mais abandonado. Temos a nossa Companhia lá, mas aquelas barreiras nos davam segurança. E tenho falado com alguns amigos em especial na Zona Norte e na Zona Leste, e parece que, na Zona Leste, principalmente, terminaram com as barreiras. Sei que o novo Secretário de Segurança é uma pessoa da Polícia Federal da mais alta estirpe, vejam seu passado, suas glórias e seu currículo, que eu li no jornal, então gostaria de solicitar, desta pequena tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre, que continuasse o trabalho do Enio Bacci, que não “desse mole”, não amolecesse - com o perdão da palavra - com os bandidos, com os ladrões.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador). Acho que essa questão da Segurança Pública é imperiosa. Dias atrás, tivemos um assalto numa das principais igrejas de Porto Alegre, a Santa Cecília, do Padre Edgar Jutas, que é Cidadão de Porto Alegre.

Sobre a questão da Lei Seca, Vereador, todos os dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo desmentem o símbolo Diadema, porque não foi a Lei Seca; foi um plano estratégico de Segurança Pública para promover a ordem na cidade. Não é o fechamento às 23h, é um equívoco, inclusive é uma proposta ingênua.

 

O SR. MARIO FRAGA: Obrigado, Vereador. Eu ia tratar deste assunto, está nos meus planos.

Inclusive, em Porto Alegre, se fosse o caso, poderíamos usar duas leis: uma, que proíbe a venda de cigarros a menores, que tem a ver com os furtos e a troca de cigarro por maconha, por outras coisas. Na Casa, fiz uma lei proibindo a venda de cigarros a menores, e um outro Vereador nosso fez uma lei proibindo a venda de bebidas a menores. Em Porto Alegre já existem essas duas leis que poderiam ajudar nisso. E repito: no tempo em que o Enio Bacci estava na Secretaria, funcionava e sem a Lei Seca.

Houve tantas coisas nesse período de quatro meses. Ver. Dib, V. Exª que é tão atento, acho que conhece - eu não conheço - a Ana Pellini. Ela deve ser uma pessoa tremendamente profissional, porque a Governadora disse que ela não poderia sair da Secretaria de Segurança Pública, quando o Enio Bacci quis colocar uma companheira nossa lá, mas agora, passados trinta dias disso, ela tira a Ana Pellini de lá. Não sei se vai ajudar, mas com certeza ajudará numa outra parte. Acho que a Ana Pellini, mesmo sem conhecê-la, Ver. Dib, fará falta na Secretaria de Segurança Pública. Muito obrigado.

 (Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje eu quero falar da Lei Orgânica. A Lei Orgânica, há exatamente 17 anos, no dia 17 de maio de 1990, era republicada no Diário Oficial com algumas retificações e passou a viger na sua integralidade a partir daquele dia. A Lei Orgânica tem 254 artigos, mais 23 artigos nas Disposições Transitórias - não tão transitórias - e, nos seus 254 artigos, em nenhum momento fala na família. A anterior Lei Orgânica, com 123 ou 124 artigos, tinha um Capítulo que falava na família. Agora, com a família, é claro, nós não precisamos nos preocupar, porque a família já não é a célula mais importante da sociedade, a Lei Orgânica não fala nela.

E os 23 artigos das Disposições Transitórias não são tão transitórios assim, porque dois Prefeitos usaram muito mal o primeiro artigo das Disposições Transitórias - o Prefeito Olívio Dutra, para fazer a Vila Planetário, dizia que era área não urbanizada, área ocupada em 31 de janeiro de 1989. Ora, se a Av. Ipiranga não é urbanizada, o que será urbanizado nesta Cidade? E sobre a Vila Lupicínio Rodrigues: há poucos dias falei com o filho do Lupicínio, o “Lupinho”, e ele está muito triste com o que está acontecendo naquela Vila que a Prefeitura fez de forma absolutamente irregular, contrariando o art. 1º das Disposições Transitórias.

Eu vou deixar de lado a família, vou deixar de lado as barbaridades que os Prefeitos cometeram em nome da lei, que não os autorizava, e vou falar da Tribuna Popular. Nós temos, teoricamente, em todas as nossas Sessões Ordinárias, pelo art. 100 da Lei Orgânica, a Tribuna Popular. E eu gostaria que fosse levantado, ao longo desses 17 anos, nas centenas de vezes em que foi utilizada, o que de produtivo trouxe a Tribuna Popular para quem a utilizou e se foi utilizada corretamente. O art. 100 diz que (Lê.): “Fica instituída a Tribuna Popular nas sessões plenárias ordinárias e extraordinárias da Câmara Municipal, bem como na Praça Montevidéu - largo fronteiro à Prefeitura Municipal, podendo dela fazer uso: I - entidades sindicais com sede em Porto Alegre; entidades representativas de moradores ou outras que tenham atuação no âmbito municipal, reconhecidas ou registradas como tais; II - entidades que, mesmo não tendo o caráter Municipal, venham a apresentar questões de relevância para a população de Porto Alegre. Parágrafo único - o Regimento deverá disciplinar as demais situações de uso da palavra por representantes populares.”

Devo dizer, em respeito ao Executivo, que o Decreto nº 9.810, de 1990, regulamentou a utilização da Tribuna Popular lá na Praça Montevidéu, na frente da Prefeitura. Nesses 17 anos, eu só assisti lá uma vez à Tribuna Popular: foi o Sindicato dos Municipários que a utilizou. Foi tão-somente essa vez; lá estava o ex-Prefeito Villela, e eu também estava lá. Hoje, por exemplo, veio aqui uma pessoa culta, uma pessoa inteligente, com todos os dotes para usar bem a palavra, e a usou bem. Ela disse que o precatório era uma questão de vontade política. Acho que um servidor público não pode dizer isso aí. Não é uma questão de vontade política tão-somente. Eu acredito até que os precatórios, resultantes de salários, devam ter primazia, isso acho que deve ter, mas dizer que, no Rio de Janeiro, foram pagos 3 bilhões de precatórios... O Rio de Janeiro quebrou. Não há Município ou Estado que, de uma só vez, pague 3 bilhões de precatórios. Acho que os precatórios precisam ser bem cuidados. Nós temos uma Prefeitura que não tem dinheiro, às vezes, para comprar remédios, como no caso do Pronto Socorro, que foi suplementado em 1 milhão e 800 mil reais porque faltava remédio.

Então, de repente, temos que entender que a Tribuna Popular não está trazendo o resultado que se pretendeu e nem está sendo usada como deveria ser usada. Agora, devíamos fazer uma propaganda muito grande para que a Tribuna Popular fosse usada duas vezes por mês, como diz o Decreto, lá na frente da Prefeitura, com aparelhagem de som, com mais tempo e com mais gente ouvindo, porque aqui nós ouvimos, fazemos dois minutos de comentários, e parece que tudo vai dar certo. Curiosamente - e peço desculpas, Srª Presidenta, porque estou me estendendo no horário -, ontem, nós fizemos um Tribuna Popular da Sociedade Floresta Aurora, e hoje eu ouvi o Prefeito de Porto Alegre, no Senado, dizendo que vai atender à Sociedade Beneficente Floresta Aurora. Então, de repente, eu posso até dizer que, a partir disso, aconteça a solução. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Exma Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste, bom, eu venho hoje, nesta tarde, para uma missão, porque responder não ofende, não é, Ver. Adeli Sell? Perguntar não ofende, e receber a resposta também não ofende.

Na segunda-feira, o Ver. Adeli Sell falou aqui de uma churrascada maravilhosa que ocorreu na PROCEMPA. E, sobre este termo “churrascada”, eu confesso para os senhores que, desde segunda-feira, ele vem, assim, batendo muito forte: “Churrascada, churrascada, churrascada!” Porque eu também fiquei aborrecido. Poxa, a PROCEMPA dá uma churrascada e não me convida! A PROCEMPA, que hoje é dirigida pelo Partido Trabalhista Brasileiro, não convidou o Ver. Dib também. E uma churrascada...! Daí eu fui descobrir qual era a verdade nessa churrascada toda. O Ver. Adeli Sell comentou que foi uma festança impressionante.

A 50 metros da PROCEMPA há um salão para fazer festas - as mães devem ser prestigiadas, devem ser homenageadas na PROCEMPA, aqui e em qualquer lugar, não só na véspera dos dias das mães, sempre -, e eles alugaram três toldos finíssimos, empresa com garçons, mesas chiques, churrascada! Quem pagou essa conta na PROCEMPA? O Ver. Carlos Todeschini gritou dali: “Deve ter sido o Garipô, deve ter sido o Garipô”. Ora! Vou começar por quem? Pelo Garipô. “Garipô, quanto é que saiu aquela festa?” “Que festa! Eu não paguei nada”. Bom, o Garipô não foi, então provavelmente quem foi? A Direção da PROCEMPA, e o fez com dinheiro público. E, para minha surpresa, não foi a Direção da PROCEMPA, foi uma festa organizada pela Associação dos Funcionários da PROCEMPA, com o dinheiro da Associação dos Funcionários da PROCEMPA. E pasmem, senhores e senhoras, a churrascada nada mais foi do que um “churrasquinho de gato”, espetinho, espetinho! Uma empresa foi contratada, sim, pela Associação dos Funcionários - e é legal isso - para fazer um carinho, e o Ver. Adeli Sell hoje - eu não sei, a crise é grande no País - compara churrascada com “churrasquinho de gato”; é complicado demais.

Daí, senhoras e senhores, eu confesso que fica meio complicado, depois, a gente ficar acreditando naquilo que é passado aqui na tribuna, porque já estão transformando “espetinho de gato” em churrascada. Além disso, tudo, senhoras e senhores... Com certeza nós temos algumas pessoas que assistem à TVCâmara, que à assistiram na segunda-feira e que hoje podem não estar à assistindo, e, para essas pessoas, está o quê? Está claro que a PROCEMPA está gastando dinheiro público em churrascada, em algo ilícito. Quero pedir um favor aqui: que não transformemos informações que não são verdadeiras em confusão na cabeça das pessoas, porque “churrasquinho de gato”... Até quero aqui, em público, fazer um pedido para a PROCEMPA: da próxima vez que tiver “churrasquinho de gato”, convidem o Ver. Adeli Sell, convidem o Ver. Carlos Todeschini, porque daí nós não estaremos mais correndo o risco de eles confundirem “churrasquinho de gato” com churrascada. Graças a Deus, a Diretoria da PROCEMPA tem trabalhado com toda a lisura, e eu me senti na obrigação de fazer este esclarecimento aos Srs. Vereadores, às Sras. Vereadoras da base aliada, que podem ter ficado constrangidos por não terem recebido esse convite para a “grande churrascada de espetinho de gato” que foi oferecida pela Associação dos Funcionários da PROCEMPA.

Ver. Adeli Sell, se a sua Bancada acha que uma associação de funcionários não pode mais fazer uma festinha para agradar às mães, ou agradar aos pais, o senhor, por favor, fale em nome de sua Bancada e diga: “Nós não concordamos que as pessoas sejam homenageadas pelas suas associações”. Muito obrigado, senhores e senhoras; está esclarecido. Parabéns a PROCEMPA pelo trabalho, parabéns a Associação dos Funcionários, que homenageou as mães que trabalham na PROCEMPA. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público da TVCâmara e público que nos assiste nas galerias, admiro o Ver. Newton Braga Rosa, o nosso Vereador da informática, que está nos representando neste momento. Cito o Vereador e a informática, porque falei, há 15 minutos, sobre a Secretaria da Segurança e já recebi um e-mail, Ver. João Antonio Dib, tratando especificamente do Parque da Redenção, que todos nós conhecemos de um jeito ou de outro. Eu não sou assíduo freqüentador da Redenção, Verª Maria Luiza; algumas vezes vou ali no sábado, no domingo, mas dificilmente durante a semana. Mas há pessoas que freqüentam o Parque durante a semana. Ali há uma família de drogados que está crescendo, crescendo, crescendo - Ver. Adeli Sell, V. Exª conhece bem a Redenção -, chega a envolver 30 pessoas “cheirando” crack, “puxando fumo”, e não sei se “cheirando” maconha, porque eu não sei se chegam a esse nível.

O e-mail que recebi diz que o ex-Secretário de Segurança Enio Bacci fez uma “batida” ali e levou 26 pessoas que estavam no Parque para uma averiguação, e, por um bom período, de 30 a 40 dias, a Redenção, entre o campo de futebol e o parquinho, ficou vazia, para as pessoas poderem se divertir, passear e principalmente fazerem suas caminhadas.

Eu lembro, Ver. João Antonio Dib, que o ex-Secretário Enio Bacci também fez uma “batida” na entrada de Porto Alegre, onde acontecem as carreiras, e lá também ficou vazio. Num fim de semana antes do Dia das Mães, fui ao Sarandi e, ao passar por ali, num domingo à tarde, vi que as carreiras continuavam acontecendo mais para o lado. Não sei se alguém notou, mas seria bom que a Secretaria de Segurança, através da Brigada Militar, desse uma olhada nesses movimentos.

No período de Comunicações, eu não consegui falar - e aí falo para todos os Vereadores - que o Parque Marinha do Brasil foi contemplado, há cerca de 15 dias, Verª Margarete Moraes, com um espaço para uma viatura da Brigada Militar. Só que, nos últimos três dias, infelizmente, a viatura não estava lá. Todos nós demos os parabéns quando a Brigada colocou aquele posto ali, e vi que, mais adiante, estava um brigadiano. Eu não tenho nada contra esse brigadiano, mas, entre um brigadiano e uma camionete, preferiria que ficasse a camionete, porque daria mais impacto aos meliantes. E ali estão os batedores de carteira, que descem do ônibus e ficam na parada em frente ao Shopping, esperando os estudantes, de tardezinha, para bater a carteira, as mochilas, e ali há um movimento enorme de batedores de carteira. Então, é um apelo que faço ao Agrupamento que cuida do Shopping Praia de Belas, que mantenham, pelo menos, o veículo naquele setor onde foi colocado um toldo para que a viatura ficasse com os brigadianos.

Também em relação ao mesmo tema: por incrível que pareça, na Assembléia Legislativa, alguns Deputados proibiram que o Enio Bacci fosse lá para dar explicação do que aconteceu no período em que ele esteve à frente da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul. Entre eles, eu anotei os nomes do Deputado Alceu Moreira e da Deputada, Líder ou Vice-Líder do Governo, a Zilá Breteinbach, professora lá na terra distante do Brasinha, e ela está tendo uma ótima atuação em defesa da Governadora Yeda Crusius. Para concluir, deixo registrado e repito, Presidenta, Verª Maria Celeste, que foi proibida a entrada do Deputado Federal Enio Bacci na Assembléia Legislativa para dar explicação sobre os seus dias à frente da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul. E cito o nome de Alceu Moreira e Zilá Breteinbach. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 5827/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 239/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera o art. 2º da Lei nº 9.001, de 18 de novembro de 2002, que dispõe sobre a oficialização do Brique de Sábado da Avenida José Bonifácio no Município de Porto Alegre e dá outras providências, ampliando o seu horário de funcionamento e incluindo-lhe o trecho compreendido entre o Largo Dr. José Faibes Lubianca e a Rua Santa Terezinha.

 

PROC. Nº 1190/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/07, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui, no Município de Porto Alegre, a Feira de Artesanato, Artes Culinárias e Economia Solidária – Feira do Partenon -, determina substituição anual de seus expositores, na ordem de 15% (quinze por cento) do total de boxes existentes, institui e determina a formação de sua Comissão Administrativa e dá outras providências.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1784/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 057/07, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que institui a Semana Municipal do Hip-Hop, a ser realizada anualmente, na segunda semana do mês de maio, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2045/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 066/07, de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que institui o Dia Municipal da Ciência e Tecnologia, a ser realizado anualmente, no dia 8 de julho, concomitantemente às atividades do Dia Nacional da Ciência, e dá outras providências.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1250/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que altera o § 3º do art. 3º e o § 2º do art. 4º da Lei nº 3.187, de 24 de outubro de 1968, e alterações posteriores, que estabelece normas para a exploração do Comércio Ambulante e dá outras providências, assegurando aos vendedores ambulantes situação de preferência na concessão de licenças e determinando-lhes obrigação para a renovação dessas, bem como excluindo asseguramento de preferência aos sindicalizados na renovação dessas licenças.

 

PROC. Nº 1488/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que assegura a prioridade no atendimento ao procurador assistente social nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS -, no âmbito do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1766/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 056/07, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que denomina Praça Orixá Xangô o logradouro público cadastrado, conhecido como Praça Um – SQ Quatro, Terceira UV Nova Restinga -, localizado no bairro Restinga. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 2006/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 044/07, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede a Comenda Pedro Weingärtner à Artista Plástica Claecir dos Santos Machado.

 

5ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1680/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 040/07, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que altera o inc. II do § 2º do art. 188 da Resolução nº 1.178, 16 de julho de 1992, que aprova o Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, e alterações posteriores, incluindo, independentemente de requerimento, a convocação de Sessão Solene na terça-feira da Semana de Porto Alegre.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maria Celeste, mui digna Presidenta; colegas Vereadores e Vereadoras, quero voltar ao tema da reunião de ontem, quero discutir o Projeto que institui o Dia Municipal da Ciência e Tecnologia, Projeto do nosso colega Ver. Newton Braga Rosa. Eu acho que o tema da ciência e tecnologia tem sido muito pouco tratado, ao longo dos anos, nesta Casa, e nós fizemos algumas tentativas de trazer alguns desses debates sobre ciência e tecnologia para a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, mas, como nem sempre todos os seus componentes são interessados pelo tema, fica muito restrito a quem o propõe. No caso, eu fiz as proposições. Creio que devemos discutir inclusive a ampliação do dia para uma semana, porque aí faríamos um grande debate durante toda a semana. Por exemplo, poderia ser aqui nesta Casa junto com órgãos da própria Prefeitura, incluindo aí a PROCEMPA, sobre a qual o Ver. Nilo Santos há pouco veio dar algumas explicações.

Defendo a PROCEMPA como empresa pública de prestação de serviços na área de TI e vou sempre defender que ela continue sendo uma empresa pública. Talvez, durante uma semana, a gente possa fazer um debate sobre as terceirizações, o pagamento de consultorias e, principalmente, sobre a compra de softwares que é feita, Ver. Nilo Santos, quando os próprios funcionários da PROCEMPA poderiam desenvolvê-los. Acho que é essa a discussão verdadeira que gostaria de continuar fazendo com o Ver. Nilo Santos, porque ele, de uma forma muito educada, como tem sido inclusive a sua postura aqui na Casa, acabou dando explicações; e explicações, Ver. Nilo Santos, efetivamente não ofendem. Quero parabenizá-lo pela grandeza de colocar e responder, só que, se tivéssemos aqui a Semana da Ciência e Tecnologia, com vários painéis, colocaríamos em pauta o papel da PROCEMPA, a questão, por exemplo, da pesquisa de desenvolvimento de software. A PROCEMPA tem ou não condições - poderia ser um dos debates dessa Semana - de fazer um projeto com software para todas as questões da Secretaria Municipal da Saúde, por exemplo, internações, agendamentos, todos esses processos do HPS; todos os processos do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas? Eu acho, por exemplo, que, se o verdadeiro debate de ciência e da tecnologia - como quer o Ver. Newton Braga Rosa nesse Projeto - fosse feito por esta Casa, esse seria o verdadeiro debate, e é sobre isso que nós temos que discutir, e eu também. Como eu disse ontem, perguntar não ofende, e eu perguntei sobre esse tema. Eu tenho certeza de que o Ver. Nilo Santos consultará a PROCEMPA, trará as devidas respostas para nós. Pelo menos é isso que esperamos, porque, quando nós tivermos mecanismos além desta tribuna aqui, como, por exemplo, o Dia da Ciência e Tecnologia ou a Semana da Ciência e Tecnologia, o Vereador, que é um fiscal do Executivo, poderá pautar um conjunto de temas que digam respeito a essa questão.

E digo mais: para nós é fundamental o desenvolvimento da área de TI em Porto Alegre, Verª Margarete Moraes, porque, com o desenvolvimento da tecnologia de informação em Porto Alegre, junto com a saúde de excelência, junto com o turismo de eventos, Porto Alegre, com base nesse tripé, disputará, sim, o futuro das cidades do Cone Sul, porque hoje nós estamos perdendo inclusive para Montevidéu - Capital do nosso vizinho Uruguai, um Pais que se enfraqueceu economicamente -, que, com a pujança do seu turismo, tira muito do nosso potencial aqui. Mas, com turismo de negócio, tecnologia de informação, com saúde de excelência, nós traremos, sem dúvida nenhuma, capital, experiência, conhecimento, sabedoria para esta Cidade, para que ela seja a Capital turística e cultural do Mercosul e quem sabe o grande centro dos centros de tecnologia do Rio Grande do Sul, como, por exemplo, o Centro de Tecnologia da UFRGS, o Tecnopuc, entre outros. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exma Srª Verª Maria Celeste, Presidenta desta Casa; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que se encontram no plenário, nós estamos, neste momento, em discussão preliminar de Pauta, e eu gostaria de comentar o PLL nº 239/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que dispõe sobre a oficialização do Brique de Sábado da Av. José Bonifácio no Município de Porto Alegre e dá outras providências, ampliando o seu horário de funcionamento e incluindo o trecho compreendido entre o Largo Dr. José Faibes Lubianca e a Rua Santa Terezinha. Verª Margarete Moraes, na leitura desse Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, eu tive as minhas dúvidas, porque, confesso, freqüento o Brique aos domingos pela manhã. Mas, nesse sábado, entre 15h30min e 16h, eu fui ao Brique para ver qual a receptividade, qual o movimento e se essa ampliação se justificaria. Efetivamente, eu percorri no sentido da Igreja Santa Terezinha até a Av. Osvaldo Aranha, retornei nesse espaço de tempo e pude constatar que é uma verdadeira beleza o movimento, e todos os espaços estão ocupados. Portanto, justifica-se o Projeto do Ver. Oliboni. Eu queria o cumprimentar e dizer que vamos apoiar o Projeto, porque, realmente, é mais um espaço que se abre, e há um público alvo que tem necessidade e também uma demanda dos próprios expositores.

Em Pauta, também, está o Projeto de Lei de autoria da Verª Maria Luiza que altera o parágrafo 3º do art. 3º e o parágrafo 2º do art. 4º da Lei nº 3.187, de 24 de outubro de 1968, Projeto de autoria do Ver. Alceu Collares sancionado pelo Prefeito Célio Marques Fernandes. Essa lei, Verª Maria Luiza, praticamente não existe mais, sobrevivem ainda os dois artigos. Ela foi mudada ao longo desses anos todos, e hoje o Governo Fogaça - nós fazemos parte da base do Governo Fogaça - está com o Projeto do Camelódromo. Eu considero que a lei não pode vingar, não tem justificativa, não tem fundamentos para que prospere.

Um outro Projeto de Lei da Verª Maria Luiza assegura prioridade no atendimento ao Procurador Assistente Social nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social, o INSS, no âmbito do Município de Porto Alegre e dá outras providências. Quero lembrar que a própria Procuradoria já coloca o seguinte (Lê.): ”A Lei Orgânica determina a competência do Município para prover tudo quanto concerne ao interesse local ou para licenciar para o funcionamento os estabelecimentos comerciais, industriais, de serviços e similares. Artigo 8º, Inciso IV e art. 9º, Inciso II. No entanto, o conteúdo normativo do Projeto de Lei em exame, da Verª Maria Luiza, implica interferência no funcionamento de órgão público federal, desbordando do âmbito de competência municipal e atraindo a violação aos preceitos constitucionais respectivos, conforme artigos 18 e 30.”

Portanto, Verª Luiza, quero dizer que nós aqui precisamos ter muito cuidado, porque temos limites permissíveis. Nós estamos legislando em âmbito municipal e temos de entender até onde vai a nossa autonomia, nós não podemos ultrapassar, ou seja, entrar no Estado ou na União. Por essa razão, então, eu considero que não deve ser aprovado o Projeto. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, neste momento de discussão preliminar de Pauta, quero me referir a dois Projetos: um é do Ver. Sebastião Melo, o outro é do Ver. Newton Braga Rosa.

O Ver. Sebastião Melo, em 2ª Sessão, propõe a Semana Municipal do Hip-Hop, passando o evento a integrar o Calendário Oficial de Eventos de Porto Alegre. Eu quero cumprimentá-lo, porque o hip-hop é uma expressão cultural muito forte no nosso tempo, é uma expressão cultural que diz da rebeldia dos jovens, da expressão nas ruas, sobretudo os jovens da periferia das grandes cidades que se sentem excluídos, que não têm presente, que não têm futuro e que trabalham através de três linguagens principais: o grafite, que é um dos elementos das artes plásticas; o poema e o rap - que faz parte da música e da dança. Eles têm uma estética própria, que existe e que deve ser reconhecida. Acho que essa expressão do hip-hop também deve ser compreendida com muito respeito, porque, às vezes, esse exercício passa a ser uma alternativa de vida; mais ou menos semelhante, Verª Maristela Maffei, à Orquestra de Flautas, da Escola Villa-Lobos, em que se trabalha com jovens e se dá a eles uma alternativa de criação, de criatividade, de desenvolvimento da própria expressão, da própria identidade. Quando eu era Secretária da Cultura, nós fizemos a Semana Internacional do Hip-Hop, vieram representantes de seis países da América Latina, representando em torno de 11 cidades, o que foi muito interessante.

O segundo Projeto ao qual quero me referir é de autoria do Ver. Newton, que institui o Dia Municipal da Ciência e Tecnologia, dizendo que nós vivemos num mundo globalizado, em que a ciência e a tecnologia correm em um ritmo alucinante, que aquilo que é novíssimo hoje, amanhã já estará superado, e que todos nós - as instituições, as pessoas -, de forma coletiva ou individual, devemos participar, sermos protagonistas. E os Governos têm obrigação de dar condições ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia, para que possamos estar lado a lado das grandes potências, atentos ao progresso. Eu tenho certeza de que o Ver. Newton Braga, ao trazer esse Projeto, propõe não somente a instituição de um dia para a ciência e tecnologia, mas propõe também que esse seja um dia para refletir, para a gente pensar no avanço, no progresso da ciência e tecnologia. Ele imagina, assim como eu, que essa ciência e tecnologia tragam muito mais paz para este mundo, tragam saúde, vida longa para as pessoas, conforto, sobretudo, irmandade entre os povos.

Por último, eu queria fazer uma referência ao Ver. Nilo Santos, que respondeu com uma ironia a uma ironia do Ver. Adeli Sell. Eu quero o cumprimentar, porque quem tem capacidade de ser irônico, de ter bom-humor, ajuda a civilidade entre as pessoas; isso não faz com que perca a seriedade ou o conteúdo. O Ver. Adeli expressou uma dúvida - e, como fiscal, como Vereador, ele tem esse direito -, e o senhor deu uma resposta verdadeira à altura de um bom Governo. Parabéns ao senhor. Eu acho que, pela primeira vez, nós tivemos uma resposta à altura desta Casa. Muito obrigada, não vou utilizar todo o meu tempo.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, pessoas que nos assistem aqui e pela TVCâmara, nós gostaríamos de destacar o Projeto do Ver. Newton Braga Rosa que trata da questão da ciência e tecnologia e a sua importância na cidade de Porto Alegre, uma Cidade que concentrou grande parte da sua informática... Quando falamos em ciência e tecnologia, tratamos genericamente das definições de ciência, falamos que o conhecimento é fundamental, que as estruturas acadêmicas são fundamentais e que o conjunto da modernidade, do pensamento até a relação de consumo, passa a ser, a tomar a presidência das ações nos diversos setores da sociedade. Acho fundamental que seja abordada a questão da ciência e tecnologia não só no setor da informática, mas em todos os setores que possam propiciar, através do conhecimento técnico, do conhecimento tecnológico, melhores condições de vida para a população.

E aqui lidamos com uma cidade que é a Porto Alegre das carroças, aqui nós lidamos com uma cidade que tem um péssimo conceito na área da toxicomania, nós lidamos com uma cidade que tem uma Saúde com grandes críticas. E muitas dessas mazelas, muitos desses problemas, Ver. Dr. Raul, poderiam ser minimizados pela intensificação do conhecimento e a aplicação de tecnologia, por exemplo, nos postos de saúde. Nós não temos uma intercomunicação entre os postos de saúde e as centrais; entre os postos de saúde e outros postos de saúde. Não há uma central de comunicações com um cadastro das pessoas usuárias dos nossos postos de saúde. E, quando eu falo em postos de saúde, refiro-me à periferia de Porto Alegre, que é extremamente abandonada; na verdade ela é condecorada, Ver. José Ismael, com o farelo do banquete, com as sobras, com velhos e demorados computadores, já cheios de defeitos pelo uso, computadores que são repassados às populações mais pobres. E aí nós vemos, através dos computadores, a forma como tratamos a nossa sociedade, a forma como as nossas crianças são tratadas, como não há acesso a um processo de educação e a um processo de chegada dessas crianças ao conhecimento. Por isso acho de extrema importância esse Projeto; sabemos que ciência e tecnologia fazem, no mínimo, a reintegração dessas crianças no mercado e, principalmente, a renovação das suas esperanças de se tornarem cidadãos, porque terão a informação, terão acesso ao conhecimento, Ver. Braz, o qual nós temos negado a um grande número de pessoas que estão na marginalidade.

As questões do conhecimento e a questão do desconhecimento dessas pessoas são fundamentais; estamos cansados de ouvir discursos aqui elogiando a ignorância, o desconhecimento e principalmente anulando o processo tecnológico em benefício de uma ideologia que, na verdade, não é compatível com os anseios e com a esperança de toda uma nova geração que vem aí nas favelas, nas vilas, sem a possibilidade de acesso ao que se chama de modernidade, isso é, o conjunto que considera desde o pensamento até o consumo, modernidade que fez a industrialização e até o processo de consumo, passando pelas universidades, pelo pensamento acadêmico. Nós vamos ter, indiscutivelmente, uma Cidade muito melhor, quando a ciência e a tecnologia, realmente, começarem a comparecer às casas, às instituições, às associações e aos anseios das próximas gerações. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta desta Casa, nobres Vereadores e Vereadoras, companheiro Ver. Claudio Sebenelo, falando sobre os nossos postos de saúde, havia na minha mesa uma correspondência que um amigo me mandou, acho que ela tem muito a ver com isso. Ele diz assim, falando sobre uma cidade do Brasil - já que o que o nosso amigo Sebenelo falou aqui não é só sobre Porto Alegre, é uma situação do nosso País todo (Lê.): “Já estive em favelas, onde vi águas servidas correndo pelas vielas, entulhos cheios de ratos, crianças no meio desse lamaçal. Já percorri postinhos de saúde sem as mínimas condições de atendimento. Estou cansado de ver contribuintes do INSS pernoitarem nas calçadas em troca de uma senha no dia seguinte. Não suporto mais ver crianças pedindo esmolas nos semáforos, adolescentes intoxicados...” e assim por diante. Essa é a realidade do nosso País, e a CPMF é cobrada aleatoriamente - era para ser provisória -, não está sendo destinada para a Saúde, para essas situações.

Mas vi aqui o Projeto de Lei da Verª Maria Luiza, a quem prezo muito pelo seu trabalho, e gostaria de ver esse Projeto mais amiúde, já que diz que assegura prioridade no atendimento ao procurador assistente social nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social de Porto Alegre. Eu tenho muito medo de conceder prioridades, porque, de repente, temos lá uma senhora necessitando de atendimento, e ela vai ser preterida porque alguém tem prioridade. Devemos ter o conceito do atendimento justo do INSS. A minha preocupação é de haja direitos iguais a todos os cidadãos da nossa sociedade. Mas quero ver o Projeto de perto, posso estar equivocado.

 

A Srª Maria Luiza: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Só se for bem breve, pois tenho uma colocação forte para fazer depois.

 

A Srª Maria Luiza: É rapidinho, Ver. Ismael. É importante o senhor se apropriar do Projeto, porque não se trata aqui de dar preferência. Nós temos vários técnicos sociais que atuam em organizações não-governamentais e que, diante desse atendimento, acabam com uma demanda enorme da instituição, tendo que dar entrada aos benefícios junto à Previdência. Só nesse sentido, para esclarecer.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Obrigado. Desde que não prejudique outrem, tudo bem. Agora, se prejudicar alguém, eu serei contrário.

Eu quero trazer aqui um Projeto de minha autoria que está em 3ª Sessão de Pauta. O Projeto concede nomes de entidades das religiões africanistas a ruas da cidade de Porto Alegre. Eu não sou um praticante da religião afro, fui procurado por um jovem praticante dessa religião que me colocou a questão, e eu achei a coisa justa, porque quero primar, não sei se consigo levar até o fim, por direitos iguais. Eu acho que eles também têm o direito de ver nas ruas de Porto Alegre o nome dos seus santos, o nome de suas divindades, como nós, católicos, temos os nossos: Santa Terezinha, São Pedro. Nada contra, eu fui aqui o mentor de propor o nome da 3a Perimetral ao Papa João Paulo II.

Disseram que eu fosse lá na comunidade; hoje eu retornei àquela comunidade, e não há empecilho nenhum, ninguém está constrangido, de forma alguma, de receber o nome dos santos africanistas; aliás, é uma cultura mais do que secular, uma cultura milenar trazida da África para este País, trazida para que pudessem suportar as agruras de uma escravatura. Essa cultura está inserida na nossa comunidade, está inserida na história do nosso País, uma cultura vivenciada nas senzalas. Eu acho que é uma etapa a ser vencida neste País. Que tenhamos direitos iguais, solidariedade, missas ecumênicas, respeito às religiões, respeito às raças, respeito, inclusive, às minorias!

Eu não vejo o porquê de termos causado uma polêmica aqui nesta Casa; Casa que representa a pluralidade de pensamentos que é a nossa Porto Alegre. Eu até não vou fazer mais comentários, porque acho que os senhores entendem, mas, se a comunidade não concordar, logicamente, nós retiramos e buscamos uma outra rua. Gostaria muito que a minha rua tivesse esse nome, porque é um nome que faz parte da cultura do nosso povo, da cultura da nossa Nação. Então, eu peço aos nobres colegas que aprovem o Projeto em prol dos direitos iguais, do respeito a todas as nossas diferenças, para que elas diminuam, para que elas sejam respeitadas, para que tenhamos um convívio dessa miscigenação maravilhosa de raças que estamos formando, que isso seja estendido, também, para uma miscigenação de idéias, de debates, de aconchego, num denominador comum. Muito obrigado, meus senhores, pela atenção de hoje.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Está encerrado o período de Pauta.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Cara Verª Maria Celeste, colegas Vereadores e Vereadoras, uso o tempo de Liderança do Partido dos Trabalhadores para colocar uma grande preocupação acerca da insegurança na nossa Cidade. Uma pesquisa - e há uma Comissão Especial que nós presidimos, em que o Ver. Besson será o Relator, sobre o furto de veículos e a questão dos ferros-velhos - informa que Porto Alegre é a segunda cidade com maior número de furtos e roubos de veículos e com o seguro mais caro do Brasil.

Eu mencionei há pouco a questão do assalto que houve na Igreja Santa Cecília logo após a missa de domingo à tarde. Veja a situação à que nós chegamos, a humilhação por que passaram o Padre Edgard Jotz e o Padre Moesch naquelas circunstâncias, e a Igreja foi roubada.

Nós gostaríamos que esse debate fosse feito permanentemente aqui. Eu já desejei ao novo Comandante da Brigada Militar, Nilson Bueno, muita sorte. Tive o privilégio de fazer dois debates com o Nilson, antes de ele assumir o Comando da Brigada Militar. Mas quero dizer que vai ser muito difícil. Li hoje que ele vai fazer com que os brigadianos estejam nas ruas, vai verificar as cedências; mas que ele olhe com cuidado as cedências em todas as instituições, porque têm algumas cedências que os jornais mostraram, hoje, que são simplesmente inaceitáveis. Nós estamos atentos a isso.

Na Lomba do Pinheiro, na Serra Verde, o DEP respondeu que fez um conjunto de ações nessa localidade. No entanto, o Jornal Diário Gaúcho mostrou hoje (Mostra Jornal.) que uma das casas que nós tínhamos alertado que poderia cair, efetivamente, caiu. Não é um folheto do PT, é o Jornal Diário Gaúcho, que pertence à RBS.

A Av. Baltazar - Ver. Mauro Pinheiro; Ver. Marcelo Danéris, que conhece bem a região; Verª Margarete Moraes, nós que já caminhamos, várias vezes, naquela Avenida; Ver. Oliboni -, o que está acontecendo com ela? Buracos, tragédias, empresários lutadores que estão definhando pela incompetência administrativa do Estado, que é incapaz de aportar 2 milhões e 800 mil reais para que se receba mais de 20 milhões de reais do financiamento do BNDES, com o que é possível terminar, efetivamente, aquela obra, que foi iniciada por Loureiro da Silva, ampliada por Dib e que, agora, esperamos, seja efetivamente uma via.

O Orçamento Participativo continua, e é impressionante: depois da cobrança que fiz aqui, o Prefeito foi ao Orçamento Participativo. Sábado nós o encontramos na Lomba do Pinheiro, e ontem à noite, inclusive, ele fez um discurso muito acalorado na reunião do OP da Região Centro. Então, é muito importante que se registre que o Orçamento Participativo, independentemente de Governos, é uma conquista do povo de Porto Alegre. E vai continuar, custe o que custar!

Ver. Nilo Santos, antes eu já pude debater, em parte, a questão da PROCEMPA com V. Exª e quero aqui dizer que espero que aquilo que levantei, que perguntei tenha resposta, porque o papel de um Vereador é o papel de fiscalizador do Poder Público, do serviço público - é essa a tarefa que nós temos -, assim como queremos acompanhar a situação do PACS do PAM-3, da Vila Cruzeiro do Sul. Aquela situação é inaceitável e está fazendo com que nós tenhamos cada vez mais problemas na Saúde Pública.

Nós também queremos saber como ficará a questão do convênio com a FAURGS, para que se mantenham os PSFs funcionando. Ontem já houve uma mobilização porque estaria previsto o fim do contrato com a FAURGS. Nós queremos os PSFs funcionando; o gestor público tem que se antecipar aos problemas, ele tem que resolver os problemas.

Nós também queremos saber a situação do Hospital de Pronto Socorro. Sabemos que existem mais de oito milhões de reais gravados, do QualiSUS, para resolver os problemas do Pronto Socorro. A empresa que ganhou a licitação não conseguiu fazer os projetos em quatro meses e pediu mais quatro meses. Espero que em julho consigamos inclusive apoiar, como dissemos ao Dr. Pedro Gus, como dissemos aos dirigentes do Hospital de Pronto Socorro, fazendo pressão para liberar o dinheiro imediatamente no Ministério da Saúde. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, continuando então com as problemáticas da nossa Cidade, nós temos tido muitas reuniões, em especial com a população do Centro da Cidade. No entorno do Gasômetro, Verª Maria Celeste, já tivemos oito reuniões, o pessoal inclusive está pensando em fazer uma nova associação de moradores, e nós estamos tentando sensibilizá-los para que se integrem à Associação de Moradores que existe lá. Sei também que o Ver. Adeli Sell tem um grupo que ele acompanha. Existem lá quatro grupos diferenciados, e nós temos feito, Ver. Adeli Sell, no Centro, várias reuniões tentando sensibilizá-los, porque acreditamos que a unidade é que vai fazer a força. Com a experiência que temos nos bairros Lomba do Pinheiro, Partenon e Zona Sul, também podemos - é claro que salvaguardando as experiências locais - fazer com que haja uma unidade nessa Associação do Centro, que lá não fique espraiado - como diz o companheiro Olívio. Não há nada de diferente em relação à questão da segurança, das podas, da iluminação pública e da questão, é claro, da falta do estafe da Brigada Militar, no sentido de estar acompanhando, de ter mais perto uma organização e uma sistemática, para que aquela população possa, mesmo não havendo um brigadiano em cada esquina, se sentir mais segura com um patrulhamento, uma coordenação junto com a comunidade.

E sentimos, Srª Presidenta, do jeito que está se colocando o atual Secretário de Segurança, simplesmente colocando a questão da Lei Seca, que ele não vai durar muito tempo. Isso é muito negativo, pois não ter uma continuidade das políticas públicas, Ver. Aldacir Oliboni, é muito grave, porque fica um território sem lei, não passa aquele compromisso, aquela responsabilidade de que a população possa ter uma hierarquia, que hoje, de fato, ainda não se constituiu. E isso nós consideramos muito grave no âmbito do Estado.

No Município, com esse desencadeamento da falta de uma política contínua das pequenas coisas - como a manutenção da rua, a manutenção da iluminação pública, a questão da FASC, enfim, os vários serviços que deveriam estar acontecendo, cotidianamente, sem falar da questão macro, das políticas macro -, a população vai-se dispersando, e o Centro é o exemplo disso, pois, quando não existe uma organização e uma autonomia do movimento popular, cada um vai para um lado. E nós estamos tentando, através de várias reuniões, ajudar a rearticular, sob a luz de algumas experiências que nós já temos, pela caminhada da vida com o movimento popular, Ver. Luiz Braz.

A nossa preocupação é no sentido de as pessoas não se dispersarem, porque o que nós construímos não pode ser destruído, e isso acontecia, inclusive, mesmo antes dos 16 anos da Frente Popular, quando os movimentos sociais vinham em uma insistência, numa angústia de não ter a execução dos sonhos. Passou-se agora esse tempo, e, novamente, pela falta de atenção dos órgãos públicos, nós temos aí o sucateamento e o esquartejamento da organização dos movimentos sociais, que são maiores que os Partidos políticos. Então, Srª Presidenta, eu acho que a sociedade também tem de estar atenta, e sob os olhares também desta Casa em relação ao papel que nós cumprimos neste momento, sem tirar a autonomia dos movimentos sociais. Mas, em breve, com certeza, nós vamos conseguir juntar todas essas partes das regiões, para que, novamente fortalecidos, elas possam fazer o enfrentamento das questões dadas, infelizmente, uma parte triste que tem acontecido na nossa cidade de Porto Alegre. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria só lembrar a alguns Vereadores que falam a respeito da presença do Prefeito José Fogaça nas reuniões do OP que elas são gravadas, fotografadas, saem na imprensa, portanto toda a população de Porto Alegre que acompanha essa nova rodada do Orçamento Participativo sabe que o Prefeito José Fogaça, que assumiu o compromisso em campanha eleitoral da manutenção do Orçamento Participativo, manteve o Orçamento Participativo, qualificou o Orçamento Participativo e está presente em todas - em todas, em todas - as plenárias regionais do Orçamento Participativo, desde o seu primeiro dia de Governo. Não é porque um Vereador gritou, sapateou, reclamou que ele vai ao Orçamento Participativo. Ele vai porque é um compromisso de campanha. Já ia antes, continua indo, continuará indo, como estava lá ontem à noite. E aproveito para comemorar que ontem, na plenária do Centro da Cidade, tivemos 26% a mais de pessoas do que no ano passado. É um sucesso que tem de agradar a todos os democratas que acreditam na democracia direta como complemento da democracia representativa. Acho que Porto Alegre só ganha com isso, e a verdade, também, sempre faz com que a sociedade cresça.

Queria falar aos Srs. Vereadores que recebi no dia de hoje, dia 17 de maio de 2007, um relatório de uma entidade internacional que me deixou muito impressionada, e foi solicitado que eu fizesse repercutir os dados do relatório que me chegou às mãos. É um relatório sobre a situação da homofobia nos Estados de vários continentes do mundo. Eu, realmente, fiquei muito impressionada, primeiro, porque os dados possibilitam uma visibilidade hoje, no mundo, dessa situação, inclusive, com legislações extremamente fortes, repressoras. E a expectativa da entidade que faz o relatório é de fomentar a esperança, dando visibilidade à situação de violência e de desrespeito aos direitos humanos, que se expressa, inclusive, em legislações homofóbicas, consolidadas em 85 países de todos os continentes, o que cria uma institucionalização de políticas em vários continentes, fomentando a aversão, a discriminação contra os homossexuais, divulgando inverdades - inclusive do ponto de vista da saúde - sobre eles.

Sobre esses 85 países onde há legislações constituídas homofóbicas, é importante dizer que esses países são membros das Nações Unidas e que, portanto, já deveriam ter reconstituído suas legislações, porque a própria existência de uma legislação homofóbica no país diz respeito ao próprio sentido de todos os tratados que foram historicamente orientados e aprovados pela ONU. Essas legislações criminalizam as relações sexuais consensuais entre adultos do mesmo sexo, e a simples existência dessas leis reforçam a cultura do ódio, do medo, da violência contra esses segmentos. Portanto é importante que neste dia nós, enquanto Parlamentares - e temos uma tradição democrática e de luta não apenas nas questões locais do Município, mas também nas questões dos direitos humanos, de todas e de todos -, fizéssemos o registro das realidades homofóbicas que ainda, infelizmente, persistem, inclusive algumas delas garantidas por lei em vários países do mundo.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, há duas licitações que chegaram ao seu final e chegaram a bom termo aqui no Município de Porto Alegre, e eu acredito que isso dará à Administração do Município e à nossa sociedade novas esperanças para que possamos ser uma Cidade melhor. Ver. João Dib, uma delas é a do camelódromo: já temos a empresa que já assinou o contrato para a construção do camelódromo, então logo, logo nós vamos ter o Centro da Cidade melhor organizado. Acredito que a licitação que, talvez, vá merecer toda a atenção desta Casa seja àquela referente a Opus Promoções. Não dá para esconder, a Opus é maior empresa de eventos que nós temos aqui no Estado do Rio Grande do Sul. Como nós vimos, quem ganhou a licitação para remodelar o Auditório Araújo Vianna foi uma empresa que tem todas as condições para fazê-lo.

Temos que ficar contentes, Ver. João Dib; seria uma tristeza nossa - representantes da sociedade - se a empresa que ganhasse a licitação não tivesse condições de realizar o serviço. Como é o caso, por exemplo, desta empresa que recolhe o lixo em nossa Cidade há muito tempo - faz cinco ou seis anos que está recolhendo lixo em nossa Cidade. Ela ganhou a licitação, e não tinha condições de realizar o serviço, e o pior é que está aí, de novo, concorrendo para poder continuar. Ela não teve condições para fazer o serviço até agora e está aí querendo continuar. Só espero que, realmente, ela não seja vitoriosa, porque isso seria um mal para toda a nossa sociedade.

O Auditório Araújo Vianna vai ganhar uma nova cobertura, diferente. A cobertura será feita de uma madeira especial, será retirada aquela lona que serviu durante um determinado tempo. A Verª Margarete, que foi Secretária da Cultura em nosso Município, sabe bem que durante um tempo a lona teve sua utilidade. A lona trouxe, realmente, uma condição melhor para que o Araújo Vianna pudesse ser utilizado em qualquer dia, não precisavam mais se preocupar se ia chover ou não. Então, a lona foi realmente um avanço para todas as entidades, sociedades que usavam o Auditório Araújo Vianna. Acho que realmente foi um avanço com relação a isso.

O tempo de utilidade da lona venceu em 2002, e, depois de 2002, se começou a ter problemas: houve um laudo dos engenheiros responsáveis pela lona que apontavam um perigo se aquela lona continuasse a cobrir o Araújo Vianna, principalmente em dias de chuva, porque nesses dias, de acordo com o laudo, Ver. João Dib - V. Exª é engenheiro -, poderia emborcar a água, e haver tensão dos cabos de aços. Vossa Excelência mesmo disse ser difícil acontecer isso, mas, de acordo com o laudo, poderia acontecer um acidente fatal. Graças a Deus, isso não aconteceu; graças a Deus, agora a empresa vai remodelar o Araújo Vianna, colocando poltronas novas, colocando um novo palco, deixando o Araújo Vianna realmente em boas condições e mais, dando para o Município o uso, o dobro do que o Município já fez do Araújo Vianna.

Então eu só isso já deve ser comemorado por todos nós, porque, com certeza, o Auditório Araújo Vianna é um dos melhores locais de shows que temos aqui em nossa Cidade. Entre todos os locais de shows que temos na cidade de Porto Alegre, para mim, o Araújo Vianna é o melhor, ainda mais agora, remodelado, recebendo novas condições - é claro que isso só vai acontecer para o ano que vem -, mas eu acredito que a sociedade vá ganhar, e muito, com a Opus Promoções podendo estar à frente desse empreendimento.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero abordar dois temas neste espaço de Liderança. Primeiro, eu quero trazer para este plenário uma Audiência que tivemos na terça-feira, sob a Presidência do Ver. Elói, da CUTHAB, com a presença de outros Vereadores, a exemplo do Ver. Guilherme Barbosa. Nós tratamos de um tema muito recorrente nesta Cidade, que são os aterros de inertes, Ver. Ervino, algo que esta Cidade precisa enfrentar para anteontem.

A construção civil produz diariamente toneladas e toneladas dos chamados entulhos da construção civil, e evidentemente esses entulhos deveriam ser separados lá na obra. Entendo que, quando houvesse um licenciamento de uma obra, Srª Presidenta, já se deveriam estabelecer as condições, porque eu não posso botar lata com caliça, pedaço de papel com cimento, com areia. Aí o que acontece? O construtor vai jogando tudo lá dentro das caçambas, e os caçambeiros recebem “x”, uma média de 60 a 70 reais, havendo apenas um aterro, que fica lá no Extremo Sul. O que acontece na prática? Na prática, o cidadão que vai recolher esse entulho na Zona Norte acaba descarregando-o em alguma rua da cidade de Porto Alegre.

Nós tivemos, no passado, um aterro de entulhos na Zona Norte. Depois tivemos outros num terreno, se não me engano, da Máquinas Condor, ao lado do Aeroporto, aterro que teve esgotada a sua capacidade. E acabamos tendo apenas um aterro, em terra do Exército, aterro esse não-licenciado até hoje. Mas o caminhão chega lá, com todos esses restos da construção civil misturados. Evidentemente, o aterro é apenas para terra e para caliça, e aí começa o problema.

Então, nós fizemos uma Audiência, e essa Audiência tem que ter desdobramento, Presidente Elói. Se necessário, temos que falar com o Sr. Prefeito. O Secretário da SMAM esteve conosco. O certo é que nós temos que encontrar uma solução, e dessa solução tem que também fazer parte o Sinduscon, porque representa a construção civil, tem responsabilidade e precisa ajudar a encontrar uma solução. O que eu não posso é transferir para o caçambeiro, que ganha 60 reais para carregar aquilo, e ele, não tendo outro local, durante a noite, nas madrugadas, coloca esses inertes em lugares indevidos, nos terrenos baldios. E a Cidade fica então com esses focos; além do lixo, há a questão dos inertes. Portanto, esse debate tem que ter seguimento lá de onde nós começamos -começamos, não! Nós retomamos; não está correto dizer que recomeçamos.

Segundo, até que enfim o nosso shopping da Zona Sul sai do papel. Aquilo foi uma transação feita no Governo Raul Pont em 1997. O empreendedor, por razões as mais diversas, renovava o seu projeto anualmente, e sempre os jornais batiam: “Desta vez é o ano que vem”. Todos nós, ao longo desses anos, ouvimos várias vezes que seria no ano tal a inauguração do shopping. E agora parece que é para valer. Nós estamos lá com maquinário pesado, e a obra parece que vai sair. Isso é importante, porque vai dar uma nova dinâmica, ali há compensações da iniciativa privada; por exemplo, a Av. Diário de Notícias, que é uma avenida que hoje é um gargalo. Quem vai para a Zona Sul, todo dia de tarde, ali chega: passa o Estaleiro Só, entra na Av. Diário de Notícias, e começou o gargalo! Então aquela avenida vai ser duplicada, e aí acho que tem que duplicar lá na ponta também, até chegar ao Supermercado Nacional, porque senão o gargalo vai continuar igual, para desembocar na Av. Wenceslau Escobar. Mas acho também que tem que resolver lá a vinda da 3ª Perimetral; vai ter que fazer ali uma entrada na Av. Icaraí.

Então eu diria que é bom, traz emprego, e a Cidade ganha. E que bom se a gente puder realmente, no ano que vem, inaugurar o empreendimento! Que bom que, no Brasil, com a sua instabilidade econômica, os investidores de papel tenham diminuído; que bom que eles tenham transferido os seus investimentos para bons empreendimentos. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação o Requerimento acordado entre Mesa e Lideranças que estabelece a seguinte ordem de votação das matérias constantes na Ordem do Dia: em primeiro lugar, discussão geral e votação do PLL nº 094/05; em segundo lugar, o PLL nº 259/06; em terceiro, o PLL nº 429/03; a seguir: PR nº 001/07, PR nº 002/07, PR nº 004/07, PR nº 007/07, PR nº 019/07, PR n°020/07, PR nº 025/07, PLE nº 026/06. Após teremos a discussão geral em 2ª Sessão do PELO nº 006/05 e do PLL nº 033/05. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1884/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/05, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que permite a colocação de anúncios publicitários em áreas públicas destinadas à prática de esportes em geral. Com Emenda nº 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e Relator Ver. Almerindo Filho pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relatora Verª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 25-04-07;

- prejudicada  a tramitação da Emenda nº 01 nos termos do art. 56 do Regimento da CMPA;

- discutiu a matéria  o Ver. Dr. Goulart, em 14-05-07.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLL nº 094/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PLL nº 094/05 (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 094/05.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, Ver. Alceu Brasinha, votará favoravelmente o seu Projeto, que permite a colocação de anúncios publicitários em áreas públicas destinadas à prática de esportes em geral. Fizemos uma Emenda para garantir os princípios básicos que existem no nosso arcabouço jurídico municipal, para que sejam resguardados aqueles elementos fundamentais, para resguardar a legislação em vigor e para não causar transtornos à própria Prefeitura, no caso de fiscalização. Nosso voto é favorável.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 094/05.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, brevemente, só para dizer que a Bancada do Partido Socialista acompanha o voto favorável ao Projeto do Ver. Alceu Brasinha, bem como da Emenda da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o PLL nº 094/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 02 ao PLE nº 094/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5954/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 259/06, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Padre Giovanni Corso.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2.º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

- incluído na Ordem do Dia em 09-05-07.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLL nº 259/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº 259/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5907/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 429/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que torna obrigatória a inspeção anual do estado geral de saúde dos alunos da rede municipal de ensino.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Maurício Dziedricki: pela aprovação do Projeto (empatado);

- da COSMAM. Relatora Ver.ª Mônica Leal: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 05-06-06.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLL nº 429/03. (Pausa.)

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza, solicitando o adiamento da discussão do PLL nº 429/03 por uma Sessão. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0001/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/07, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que concede o troféu Honra ao Mérito à Agência Competence.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 09-05-07.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0002/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/07, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o prêmio de Artes Plásticas Iberê Camargo à Artista Plástica Imeritta Maria Pandolfi Passos.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 14-05-07.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0004/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/07, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede ao Greenpeace o Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 09-05-07.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0007/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/07, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede o Prêmio Tradicionalista Glaucus Saraiva ao Folclorista João Carlos D’Avila Paixão Côrtes.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 09-05-07.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0056/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/07, de autoria do Ver. Ervino Besson, que concede o Prêmio de Jornalismo Carmen da Silva à Jornalista Elaine Machado Torres.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 09-05-07.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0059/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/07, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Ivo Fortes dos Santos.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 09-05-07.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0253/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 025/07, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o Prêmio Não às Drogas ao Programa de Auxílio Comunitário ao Toxicômano – Pacto/POA.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 09-05-07.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Discussão geral e votação, em bloco, dos seguintes Projetos: PR nº 001/07; PR nº 002/07; PR nº 004/07; PR n° 007/07; PR nº 019/07, PR nº 020/07, PR nº 025/07. São esses Sras Vereadoras e Srs. Vereadores os Projetos de Resolução, para que possamos votar em bloco. Em discussão. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 4002/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 026/06, que altera a redação do inciso IV da Lei nº 7.084, de 11 de junho de 1992, que condiciona a contratação de obras, projetos, serviços e fornecimentos ao Município de Porto Alegre à apresentação dos documentos que arrola, e revoga a Lei nº 8.874, de 08 de janeiro de 2002. (exclui exigência de Certidão Negativa de Infração ao disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF) Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela rejeição do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Carlos Todeschini: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 14-12-06;

- discutiram a matéria os Vereadores C.Maranhão e A.Sell em 22-02-07.

- adiada a discussão por quatro Sessões;

- discutiram a matéria os Vereadores A.Oliboni, S.Cavedon, L.Braz, J.C.Nedel, M.Mafffei (cedeu  p/ A.Sell), E.Guimarães, S.Melo, G.Barbosa, A.Brasinha (cedeu p/C.Maranhão) e N.B.Rosa, em 09-05-07.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLE nº 026/06. Já discutiram a matéria os Vereadores Aldacir Oliboni, Sofia Cavedon, Luiz Braz, João Carlos Nedel, Maristela Maffei - que cedeu seu tempo ao Ver. Adeli Sell -, Elói Guimarães, Sebastião Melo, Guilherme Barbosa, Alceu Brasinha - que cedeu o seu tempo à Verª Clênia Maranhão - e Newton Braga Rosa. (Pausa.) Em votação o PLE nº 026/06. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 026/06.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público aqui presente e os que nos acompanham pelo Canal 16, este Projeto é de extrema importância, principalmente porque nós falamos muito em proteger a criança e o adolescente, e, muitas vezes, as empresas acabam explorando a mão-de-obra infantil.

Lá em 1992, o Ver. Dilamar Machado criou uma lei exigindo que as empresas apresentassem os seguintes documentos: certidão negativa dos tributos municipais, certidão de regularização do Fundo de Garantia, certidão de regularização da situação expedida pelo Instituto Nacional de Seguridade Social. A apresentação desses documentos habilitariam a empresa em doze meses. Pois bem, lá em 1992, o Dilamar Machado apresentou essa lei, e nós, em 2002, apresentamos uma Emenda a este Projeto, mudando o art. 2º, que diz (Lê.): “Altera a redação do Inciso IV da Lei nº 7.084” - que foi apresentada pelo Dilamar Machado na época - “de 11 de julho de 1992, que condiciona a contratação de obras, projetos, serviços e fornecimento no Município de Porto Alegre à apresentação dos documentos que revoga a Lei nº 8.874, de 08 de janeiro de 2002”.

O que é que diz essa lei que nós apresentamos? Que é obrigatório incluir nesses requisitos, para entrar na licitação, mais um documento: a guia da DRT - Delegacia Regional do Trabalho. Sabemos que muitas e muitas empresas que exploravam os serviços públicos concorriam com licitações e, através de denúncias que vieram em 2002, soubemos que elas exploravam a mão-de-obra infantil. Achamos oportuno, para acabar com isso, fazer uma vinculação com aqueles que fiscalizam, na verdade, e que dão essa guia, que é a Delegacia Regional do Trabalho. Então, definimos que todos aqueles que querem participar de licitações devem apresentar a guia da DRT. Foi aprovado em 2002, sancionado pelo então Prefeito Tarso Genro - naquela época isso foi muito denunciado, principalmente no DMLU -, e, agora, o Prefeito Fogaça mandou um outro Projeto extinguindo isso, deixando a critério da empresa licitante.

Então, eu, na condição de empresa licitante, ao participar de uma licitação, apenas declaro que não exploro mão-de-obra infantil? Não tem como! Então, nós temos que vincular - por isso a nossa Bancada apresentou a Emenda nº 01 a este Projeto - que somente apresentará a guia aquele que vencer a licitação. Se aprovarmos o Projeto, teremos de aprovar a Emenda, senão as empresas ficarão no oba-oba. Ou vocês acham que isso tudo será fiscalizado? Então, eu quero fazer um apelo para os nobres Vereadores, pois essas empresas, ao cometerem a infração de exploração da mão-de-obra infantil, cometem mais do que um crime. Queremos, através deste Projeto, fazer com que a Emenda nº 01 seja aprovada, pois, caso contrário, ficará a la volunté dos empresários.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 026/06.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs, Vereadores, senhoras e senhores, eu posso comparar este Projeto que nós estamos votando agora, Ver. João Dib, a um projeto que dissesse que as pessoas não podem matar. Todo mundo sabe que ninguém pode matar ninguém, porque, afinal de contas, se alguém matar uma pessoa, ele vai responder processo, podendo ir preso. É um crime que já está previsto. Aqui está dizendo o seguinte: que não pode haver serviços com mão-de-obra infantil. Mas está na Constituição que o menor não pode ter seu serviço explorado por uma empresa. Então, por que é preciso exigir, Ver. Sebastião Melo - V. Exª é um grande advogado e faz parte deste Plenário -, num Projeto de Lei, algo que está na Constituição? O que acontece com uma empresa que estiver explorando serviço de menor? Ela vai ser punida, porque vai cometer um crime.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: É verdade, Vereador, mas são umas bobagens que são feitas, e que nós aqui ficamos aprovando, umas atrás das outras, porque é apenas colocar mais uma lei. Vai ser mais uma lei que nós vamos fazer aqui dizendo que a empresa tem que declarar, que ela tem de cumprir a Constituição. Ela tem de cumprir a Constituição, não precisa colocar num Projeto de Lei, e a empresa não precisa afirmar num atestado que ela é obrigada a cumprir a Constituição.

Então, na verdade, Ver. Sebastião Melo, com todo o respeito que eu tenho pela Liderança do Governo aqui na Casa e por todos os Vereadores e Vereadoras, eu vou me negar a votar este Projeto. Não vou votar este Projeto, porque o acho completamente desnecessário. A gente deveria fazer alguma coisa no sentido de tentar simplificar as legislações que nós já temos. Eu estava até fazendo um elogio, outro dia, ao modo como os Estados Unidos, a Inglaterra e outros países enfrentam julgamentos, que é tudo através das jurisprudências; eles se baseiam muito nessas jurisprudências, eles não ficam lotando prateleiras com leis e mais leis que são absolutamente desnecessárias.

Este Projeto está dizendo que a empresa tem que declarar que vai cumprir a Constituição. E aí tem uma Emenda da Bancada do PT dizendo que não são todas as empresas que participam da licitação, que só a empresa que ganhou é que vai ter que fazer essa declaração. Verª Sofia, tanto o Projeto quanto a Emenda são desnecessárias, é claro, a Emenda, até falei outro dia aqui, é melhor do que o Projeto, porque, de repente, ela vai simplificar essa bobagem toda; pelo menos, eu acho que é uma bobagem. É a mesma coisa, por exemplo, Ver. Sebastião Melo, se V. Exª tirar a sua carteira de identidade e assinar uma declaração dizendo que não pode matar ninguém; ou, então, se V. Exª vai tirar a sua carteira de motorista e tem que assinar uma declaração dizendo que está proibido de atropelar pessoas.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Dib.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, eu sei que V. Exª não concorda com esses termos, mas, com este Projeto, a empresa vai ser obrigada a atestar que ela tem obrigação de cumprir a Constituição. E, realmente, eu acho que a empresa não precisaria oferecer nenhum atestado dizendo que tem de cumprir a Constituição; ela tem de cumprir a Constituição, porque, se não cumprir, ela simplesmente vai acabar sendo punida.

Por isso mesmo não vou votar contra, mas vou me negar a votar este Projeto, até porque, pela forma como estou entendendo, ele não deve merecer toda essa discussão e todas essas divergências ocorridas entre situação e oposição aqui na Casa.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 026/06.

 

O SR. SEBASTIÃO MELLO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a nossa saudação ao Deputado do PDT, Adroaldo Loureiro, que nos honra com a sua presença no plenário.

Ver. Luiz Braz, o Governo deveria, salvo melhor juízo, na minha modesta avaliação, seguindo o raciocínio de V. Exª, entrar com uma ADIn, e não mandar um Projeto de Lei. Se há uma lei municipal que, num determinado momento, criou essa situação, evidentemente a empresa não pode deixar de cumprir essa legislação, portanto as empresas que se lançam ao certame licitatório, evidentemente, têm que cumprir essa exigência.

Mas eu quero analisar sob um outro viés. No mundo globalizado, os pregões que hoje o Poder Público faz no Brasil inteiro - da pequena Prefeitura, da média Prefeitura, da grande Prefeitura, dos Governos Estaduais - permitem que alguém, sentado numa cadeirinha lá no Amapá, possa participar de uma concorrência aqui no Centro Administrativo da nossa Cidade, ou em qualquer Secretaria ou na Central de Licitações. Bom, nos Estados federados, a única Delegacia Regional do Trabalho que fornece essa certidão e que sabe do que se trata é a do Rio Grande. Então, como fica se uma empresa do Paraná, meu caro Ver. Oliboni, ganhar uma concorrência? E há muitas empresas, por exemplo, abrindo valas, fazendo prédios que não são do Município de Porto Alegre, sequer são do Estado do Rio Grande do Sul; nós gostaríamos que todas fossem. Mas como se trata de concorrência, de preço, de qualificação técnica, eu não posso publicar um edital, isso é inconstitucional, é ilegal, é contra a lei de licitações, dizendo que só podem participar empresas dos arredores de Porto Alegre.

Então, na prática, o que acontece? Se essa empresa lá de fora ganha, e se a sua Emenda valer, com certeza ela não poderá assinar o contrato, porque não vai trazer a certidão, já que a Delegacia Regional do seu Estado não fornece a certidão. Acho que o nosso caminho tem de ser diferente, acho que o Ver. Adeli já acertou no veio, temos que falar com o Ministério do Trabalho, quem sabe fazer um documento, uma Moção da Câmara de Vereadores e unificar essa questão no Brasil inteiro. Bom, aí podemos até retomar!

Mas alguém há de dizer: “E se eu deixo” - eu até faço, aqui, um outro raciocínio - “que essa certidão só valha para as empresas que são de Porto Alegre?” Mas aí podem dizer: “Só um minutinho! Eu estou concorrendo em desigualdade, porque para mim é exigida e para outro não”. Então, a Emenda de V. Exª não logra êxito, porque votar a Emenda de V. Exª é manter “tudo como dantes no quartel de Abrantes”, ou seja, eu estou renegando o mundo globalizado, eu estou renegando as empresas dos outros Estados e, conseqüentemente, estou criando um cipoal de dificuldades para a gestão municipal.

Quero dizer que não posso acompanhar V. Exª nessa, mesmo que tenha feito um esforço brilhante para defender sua tese, e reconheço, mas não há como. Agora, acho que se leis resolvessem o problema do Brasil... Pelo amor de Deus! Acho que quem faz um punhado de coisas, entre elas, o sujeito que explora o trabalho infantil, deveria estar na cadeia e não em outro lugar. Eu, infelizmente, não tenho visto ninguém na cadeia por praticar isso no Brasil, assim como não tenho visto ninguém na cadeia por lavar dinheiro. Agora, eu tenho visto ladrão de galinha na cadeia de montão. Essa é a realidade, Ver. Oliboni. Se eu olhar para o Direito Penal Brasileiro, vejo que, no Império, o Código Penal foi feito para os escravos; depois foi renovado para os ex-escravos, nunca para os poderosos, nunca chega aos poderosos.

Então, quer dizer o seguinte, Presidenta: estamos maduros, vamos votar, mas infelizmente a Emenda acaba deixando tudo como antes, portanto não tem como votar com Vossa Excelência. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Quero registrar a presença do Deputado Estadual Adroaldo Loureiro, que está no plenário conosco. Convido-o para compor a Mesa, se assim desejar.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 026/06.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero saudar o eminente Deputado Adroaldo Loureiro, insigne representante da terra missioneira, do povo das missões. Receba os nossos cumprimentos.

Srª Presidenta, já debatemos a matéria, e se faz oportuno dizer que a legislação que regra as licitações é de foro federal, embora possam, em determinadas situações, as demais órbitas federativas, o Estado e a União, dispor, mas é matéria que tem regramento federal e, como tal, cria uma uniformidade. Conseqüentemente, é igualdade de todos, porque não se pode estabelecer no Rio Grande do Sul o que se proíbe em Santa Catarina e vice-versa.

Mas se faz, Ver. Luiz Braz, imprescindível, veja V. Exª, a aprovação do presente Projeto, porque ele vem revogar uma lei que exige a certidão negativa dos concorrentes, dos licitantes, uma certidão que declara o que está na Constituição, é bem verdade, que é proibido empregar menores. Isso está na Constituição. Sem falar numa série de dificuldades que enfrenta aquele que vem contratar em Porto Alegre, acresce aduzir que em média, vejam V. Exas., a DRT - Diretoria Regional do Trabalho -, Ver. Ismael Heinen, tem levado 180 dias para dar a referida certidão. Sem falar em empresas que participam do processo licitatório, mas que são de outros Estados; elas teriam, também, imensas dificuldades para apresentar a referida certidão.

Por outro lado, a norma em discussão estabelece uma declaração de que a referida empresa cumpra o disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal, que trata da proibição do trabalho infantil, firmada pelos licitantes nos termos do modelo anexo à lei. Então, fica solenemente estabelecido que aquele que contratar, aquele que concorrer, aquele que licitar com a Administração Pública da Capital do Estado fará uma declaração, e, evidentemente, não precisamos, aqui, dizer das conseqüências que decorrem de uma declaração desse nível estabelecido na lei.

Portanto, faz-se imprescindível votarmos o presente Projeto, porque, se não votarmos o presente Projeto, continua vigendo, mesmo que se possa invocar o preceito constitucional, a Lei Municipal que exige que seja feita a prova por certidão de que a empresa em tela não empregará menores. Fica aqui a nossa manifestação, entendendo que é também o presente Projeto desburocratizante: ele desburocratiza todo um conjunto de dificuldades que têm as empresas de contratar com o Poder Público. Aliás, e encerro, Presidenta, nós somos conhecidos como o “país da burocracia”, para não dizer “da burrocracia”. Obrigado, Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para encaminhar a votação do PLE n° 026/06.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta desta Casa, Verª Maria Celeste; nobres Vereadores, Vereadoras, vou ser extremamente objetivo, vou me ater ao mérito da proposta do Executivo. Como estava a lei, nós estávamos proibindo algo já proibido, quer dizer, torna-se absolutamente inócua a exigência da certidão negativa de Infração ao disposto no inciso XXXIII do art. 7° da Constituição Federal. Totalmente inócua. Nós precisamos nos ater é em facilitar, desburocratizar as ações no nosso Município. Desburocratização quer dizer mais agilidade, mais facilidade para que as empresas possam se estabelecer, para que as concorrências possam se desenvolver. É menos custo, é menos burocracia, é menos tempo, é menos incômodo. Isso faz com que a Cidade crie uma cultura de se autodesenvolver. Então, o Democratas, na sua linha de livre iniciativa, aplaude este Projeto do Executivo e vão votar a favor, sim. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Aldacir Oliboni, o PLE n° 026/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 21 votos SIM, 08 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

Em votação nominal, por solicitação do Ver. Mario Fraga, a Emenda n° 01 ao PLE n° 026/06. (Pausa.) (Após apuração nominal.) REJEITADA por 06 votos SIM e 19 NÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1550/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 006/05, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que altera a redação do inciso VIII do art. 94 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, reduzindo o prazo para o Prefeito Municipal prestar as informações solicitadas pela Câmara Municipal. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela rejeição do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela rejeição do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relatora Ver.ª Mônica Leal: pela rejeição do Projeto.

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 129 do regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 25-09-06.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PELO nº 006/05. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PELO nº 006/05.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, este Projeto de nossa autoria visa mudar a Lei Orgânica, portanto trata-se de quórum qualificadíssimo.

O que estamos buscando, Verª Sofia, que discutirá a seguir o Projeto? A Lei Orgânica do Município estabelece que o Executivo ao receber um Pedido de um Vereador terá 30 dias para dar a resposta e, pedindo prorrogação, mais 15 dias, totalizando 45 dias. É o máximo de tempo para responder à informação solicitada por qualquer Vereador desta Casa. Quero dizer que, pessoalmente, em várias oportunidades, quando me chegaram as informações, eu muitas das vezes já as tinha obtido, ou não necessitava mais delas. É claro que não quero botar uma canga no Executivo. Sei que o Executivo tem muitas responsabilidades e tem de ter prazo para responder aos Pedidos dos Vereadores. Portanto, eu coloquei 15 dias, prorrogáveis por mais cinco dias. Eu estaria reduzindo pela metade esse prazo, porque acho razoável um prazo de 15 dias. Trago para discussão, nesta Casa, esta Emenda à Lei Orgânica.

É uma mudança que valoriza o Legislativo, porque, quando um Vereador pede uma informação, quero crer que essa informação é muito importante para o seu mandato, para a sua fiscalização, para o exercício do dia-a-dia, para a procuração que o povo desta Cidade lhe concedeu. Não posso imaginar que alguém vá se utilizar do instrumento do Pedido de Informações apenas para “embananamento” em alguma questão.

Não estamos em votação, estamos na segunda discussão desta matéria, e, portanto, em um determinado momento, ela estará pronta para ser votada, mas quero dizer, muito pontualmente, que no meu primeiro mandato, houve um caso muito emblemático no exercício do meu mandato, Verª Maria Luiza. Eu pedi informação sobre o Fórum Social, não para ser contra, mas queria saber onde estava o embasamento do gasto com o Fórum Social. Queria saber quem eram os palestrantes que vinham palestrar e que tinham ganhado passagem da municipalidade, que tinham hotel. Eu queria saber isso, era um direito que eu tinha como cidadão e, acima de tudo, como Vereador desta Cidade. Pois bem, só que quanto ao prazo... Nós estávamos lá em dezembro quando fiz este pedido, e, quando as informações chegassem ao Legislativo, o Fórum já teria terminado, os visitantes já teriam ido embora, já teria passado o evento. O que eu fiz? Fui à Justiça e fiz um pedido de exibição de documentos justificando, porque, mesmo tendo como instrumentos a Lei Orgânica e o Regimento Interno, naquele caso pontual, eles não podiam socorrer-me.

No momento em que a Justiça acabou concedendo, naquele momento, tomei esta decisão: vou propor uma mudança na lei, porque acho que ela é benéfica para o exercício, para a fiscalização. Acho que nos mandatos parlamentares devemos nos concentrar para valer no exercício fiscalizatório. Para fazer uma boa fiscalização temos que ter instrumentos para fiscalizar. Eu não mudo de discurso na oposição. Poderiam dizer que apresentei este Projeto quando era da oposição, mas que, agora, como sou da situação, eu mudo... Não. Apresentei o Projeto, porque acho que vale para qualquer situação.

Portanto, Presidenta, quero aqui finalizar e dizer que espero que a gente possa produzir uma boa discussão política e que, se a Casa entender, majoritariamente - porque precisa de voto qualificadíssimo para esta matéria - a aprove. Se alguém entender que 15 dias são poucos; que 18 dias são razoáveis, não estou fechando a porteira. Eu estou achando que, com 30 dias, prorrogáveis por mais 15... Muitas vezes, quando chega a documentação, chega atrasada e acaba não atendendo aos interesses pelos quais a pedimos. Agradeço a gentileza, espero que possamos aprovar esta medida qualificadora do exercício da Vereança. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

 A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PELO nº 006/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Verª Maria Celeste, Presidenta desta Casa; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu faço questão de debater o tema e, em primeiro lugar, vou elogiar a coerência do Ver. Sebastião Melo. Por mais que eu tenha discordado enquanto éramos Governo, Ver. Sebastião Melo, do uso das informações que muitas vezes fornecemos a esta Casa, eu entendo que é obrigação do Governante, do cidadão responsável, responsabilizado pela população para gerir a coisa pública, dar transparência e dar conhecimento de todos os seus atos. E, de fato, o tempo pode ser decisivo na fiscalização e na interferência de determinada política.

Hoje eu vivi um exemplo em relação a esse tema. Nós queremos conhecer o contrato da empresa que foi escolhida para construir o camelódromo. Ora, a resposta a um Pedido de Informação pode levar até 45 dias, e a obra pode estar iniciando, pode estar em andamento, e só aí os Vereadores poderão tomar conhecimento do contrato que gerou a obra? O prejuízo da ação de fiscalização está colocado, está dado. O que fiz eu? Não fui à Justiça, como o Ver. Sebastião Melo, mas fiz um Ofício e o enviei por fax ao Secretário e vou depender da boa vontade dele e não da determinação legal para que me seja fornecida a cópia do contrato. Então, parece-me muito pertinente que os prazos sejam reduzidos, sim.

Há um tipo de informação que não pode ser dada de forma imediata, trata-se da coleta de dados, mas, com a prorrogação de 15 dias, a resposta é possível. Agora, uma cópia de um contrato é possível ser encaminhada em 15 dias. Eu quero registrar aqui que várias situações poderiam ser evitadas se o Parlamento tivesse maiores informações. Sobre o tema que a Casa discutia há pouco, Verª Maria Celeste - V. Exª é uma militante dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes -, é uma triste marca que a Casa hoje imprime, e lamentavelmente isso ocorre na sua gestão, de uma mulher e lutadora, e certamente com a sua discordância. Recuamos num quesito que não é uma burocracia, mas a grande justificativa dada é da diminuição da burocracia. Ora, dizer a um proprietário de empresa que basta ele declarar que não tem trabalho infantil para habilitar-se a uma prestação de serviço é colocar a exploração do trabalho infantil na boa-fé do cidadão, é brincar de proteger a infância. Se a certidão negativa não é providenciada, que nós nos mobilizássemos para isso. Eu lamento que o Governo Municipal tenha optado simplesmente por diminuir a burocracia, portanto não haverá, junto aos órgãos responsáveis, a necessária adequação para fiscalizar a empresa, para checar quem está trabalhando e emitir uma certidão. Acho que elementos faltaram, por mais que fizéssemos discussão; a base do Governo, que é a ampla maioria aqui, vai perceber as conseqüências de um recuo desses. Acho lamentável ver, com o Estatuto da Criança e do Adolescente fazendo 17 anos, isso da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. No momento em que estamos mobilizando, tentando qualificar a eleição dos Conselhos Tutelares, nós, da Câmara de Vereadores, diminuímos as exigências para possíveis questões que envolvam o trabalho infantil. No momento em que a Câmara de Vereadores se envolve na questão - e parabenizo a Verª Maria Celeste - da luta contra a exploração sexual das crianças, a Casa vota dessa maneira.

Quero aproveitar a discussão de um tema que é para otimizar a nossa capacidade de fiscalizar o Executivo, proposta do Ver. Sebastião Melo, para fazer o registro da minha tristeza com a votação que há pouco aconteceu. Nós, Parlamento, temos que vigiar o Executivo, porque o Executivo tende a achar que, simplificando, governa melhor. Nós precisamos complicar quando se trata da garantia de direitos, da proteção de quem está tendo os seus direitos violados.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Verª Sofia.

Não havendo mais quem queira discutir o PELO nº 006/05, encerro a discussão. Quero reiterar o convite para a reunião de amanhã, às 10 horas, com todos os Vereadores desta Casa e assessorias, para que possamos iniciar uma discussão interna da Câmara Municipal sobre o Plano Diretor. Também há um convite para aqueles Vereadores que puderem se deslocar: amanhã, às 10h, estaremos - Conselho Municipal, Câmara Municipal, Prefeitura Municipal - fazendo um ato no Porto Seco contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, tendo em vista amanhã ser o dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual no nosso País.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidente, solicito verificação de quórum.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pela Verª Sofia Cavedon. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há nove Vereadores presentes; não há quórum.

Quero parabenizar o Plenário por termos cumprido toda a deliberação dada na segunda-feira pela Mesa Diretora e pela apreciação de todos os Projetos encaminhados segunda-feira na Mesa com as Lideranças. Muito obrigada. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h26min.)

 

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